Expectativa em torno da reunião do Copom: A Selic cairá?

Nos EUA, nos mesmos dias 21 e 22 deste mês, o FED poderá manter o juro, aumentá-lo em 025% ou reduzi-lo em 02,5%. No Brasil, manutenção da Selic é o consenso, mas reduzi-la não está descartado

Ontem tyerça-feira, o mercado financeiro mundial operou em alta. As bolsas dos Estados Unidos, por exemplo, subiram na boleia de duas boas notícias: a primeira refere-se à queda da inflação norte-americana em fevereiro, que, anualizada, recuou para 6%.

A segunda boa notícia foi a de que 75,3% dos operadores do mercado norte-americana indicaram que o Federal Reserve, o Banco Central de lá, subirá os juros da economia do país em apenas 0,25%, enquanto 24,7% apostam que o FED não fará qualquer aumento da taxa de juros para não agravar o cenário econômico, que ainda tem algumas cores cinzentas deixados pela falência de três bancos dos EUA, entre os quais o Silicon Valley Bank, o SVB, cujos depósitos acima de US$ 250 mil foram garantidos pelo governo.

A reunião do FED será nos próximos dia 21 e 22.

Aqui no Brasil, a terça-feira foi de nova queda da Bolsa de Valores B3, que teve um leve recuo de 0,18%, fechando aos 102.932 pontos. O dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,25, com ligeira queda de 0,22%. 

Há no mercado brasileiro a expectativa de que, da mesma maneira que poderá ocorrer com o Federal Reserve, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, poderá surpreender em sua reunião dos dias 21 e 22 deste mês, promovendo uma redução de 0,25% na taxa básica de juros Selic, que desde agosto do ano passado está na marca de 13,75% ao ano, o que significa juros reais de 7% ao ano, um dos mais altos do mundo.

Mas essa hipótese é muito difícil, admitem outros analistas, para os quais uma redução agora da Selic só aconteceria se houvesse uma deterioração dos mercados, o que ainda não aconteceu. As consequências da falência dos três bancos norte-americanos têm sido, até agora, bem absorvidas pelos mercados.

Mudemos de assunto!

Ontem, foi divulgado o balanço da Eletrobras relativo ao quarto trimestre do ano passado. Ele veio com prejuízo de R$ 479 milhões, depois de a empresa haver colhido um lucro de R$ 610 milhões em igual período de 2021.

No ano todo de 2022, a Eletrobras teve um lucro líquido de R$ 3,6 bilhões, 36% menor do que o lucro líquido de 2021, que foi de R$ 5,7 bilhões. 

Mas a empresa, que é controladora da Chesf, teve de fazer provisões de R$ 2,5 bilhões para fazer frente às perdas com a sua controlada Amazonas Energia; de R$ 1,2 bilhão para o Plano de Demissões Voluntárias, ao qual aderiram 2.494 empregados; e de R$ 900 milhões para obrigações com a privatização.
E o preço internacional do petróleo do tipo Brent, que é o que a Petrobras importa para ser refinado no Brasil, continuou caindo no dia de ontem. 

O preço do Brent, negociado na Bolsa de Londres, fechou negociado a US$ 77,45 por barril, ou seja, um recuo forte de 4,1%. 

Isto quer dizer, entre outras coisas, que o preço da gasolina e do óleo diesel, aqui no Brasil, não subirá nas próximas semanas. Pelo contrário, ele poderá ser reduzido, se o preço do petróleo continuar caindo lá fora e se a nova diretoria da Petrobras quiser agradar o consumidor e melhorar a popularidade do presidente Lula.

Outra boa notícia: o Ministério da Agricultura e Pecuária informou ontem, terça-feira, que as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram, no último mês de fevereiro, a marca de US$ 9,9 bilhões, com destaque para milho, celulose, farelo e óleo de soja e carne de frango. Nos meses de janeiro a fevereiro, as exportações do agro representaram US$ 20,1 bilhões.

Uma informação sobre a Argentina: ontem, terça-feira, em Buenos Aires, foi divulgada a taxa de inflação do país, em fevereiro. 

Ela veio com uma alta de 6,6%. A inflação argentina, anualizada, bateu em 102%.

No Brasil, a taxa de inflação está em 5,6% ao ano, mas com viés de alta.