Exclusivo: Betânia e Embaré fundem-se com capital de R$ 1,7 bi

O acordo entre as duas grandes empresas brasileiras do setor de lacticínios foi celebrado ontem às 23h30. Bruno Girão será o CEO da nova companhia.

Exclusivo! Foi fechado ontem, às 23h30, o acordo de acionistas da Betânia Lácteos com a família Antunes, controladora da Embaré, empresa de lacticínios de Minas Gerais, incluída entre as maiores do país e dona da marca Camponesa.

As duas empresas decidiram fundir-se numa só organização, cujo capital será de R$ 1,7 bilhão e cujo fauramento, em 2022, está estimado em R$ 3,5 bilhões.

Os detalhes do acordo serão divulgados na manhã desta terça-feira, 26, por meio de Comunicado ao Mercado.

Esta coluna apurou, porém, que o Bruno Girão, sócio majoritário da Betânia Lácteos, será, por cinco anos, o CEO (presidente executivo) da nova empresa, devendo sua gestão cumprir metas a serem estabelecidas pelo Conselho de Administração da empresa, que terá, também, como sócio o fundo norte-americano de investimentos Arlon, que já é parceiro da Betânia.

ALGUNS NÚMEROS DA BETÃNIA E DA EMBARÉ

Líder do mercado de lacticínios na região Nordeste, a Betânia Lácteos tem seis fábricas na região, a última das quais -- inaugurada há 15 dias -- é a mais moderna unidade industrial de leite em pó do país. Tem ainda 12 Centros de Distribuição, que recebem leite de 3.500 produtores, com os quais a empresa tem estreita ligação, ministrando-lhes constates cursos de atualização técnica e tecnológica e, ainda, financiando-lhes a aquisição de novilhas, num programa inédito no Nordeste. 

Tem 57 mil pontos de venda e seu  quadro de pessoal passa dos 2 mil funcionários nos estados do Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia, onde atua.

Por sua vez, a Embaré, com 80 anos de atuação, tem capacidade de industrialização diária de 2,8 milhões de litros de leite in natura, em parceria com mais de 1.500 fornecedores e 12 cooperativas parceiras. Seu faturamento anual é de R$ 1,65 bilhão. 

Tem 1.584 funcionários, que desempenham suas atividades nos escritórios em Belo Horizonte, Recife e São Paulo e nas unidades fabris em Lagoa da Prata, Santo Antônio do Monte e Patrocínio. Todas localizadas em Minas Gerais, e que somam um total de 51 mil metros quadrados de área construída.

RICARDO E MAIA  APLAUDEM A FUSÃO

Para opresidente da Federação das Idústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, a fusão da Betânia com a Embaré "chega em momento importantíssimo, pois faz nascer mais um grande conglomerado nacional na área de lacticínios, tendo como CEO o jovem e talentoso empresário cearense Bruno Girão, um industrial de primeira linha, que herdou toda a genialidade do pai, Luiz Girão".

Na opinião do presidente da Fiec, "Ganham o Ceará, o Nordeste e o Brasil (com a fusão), pois nasce uma das três maiores empresas do mercado brasileiro de lácteos".

Por sua vez, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Governo do Ceará, Maia Júnior, disse à coluna que a fusão da cearense Betânia Lácteos com a mineira Embaré, é um evento que lhe dá "muita felicidade, pois é uma empresa cearense construindo um avanço tão importante no setor em que ela atua".

De acordo com Maia Júnior, a Betânia, ao fundir-se com a Embaré, "torna-se uma das maiores do mercado, fortalece-se, e o mundo exige hoje das empresas escala, tecnologia de ponta e grandes investimentos para que se tornem competitivas".

Ele acrescentou que Bruno Girão, que será, pelos próximos cinco anos, CEO da nova empresa, "está apto a liderar essas grande transformação". Maia Júnior parabenizou o fundador do Grupo Betânia, Luiz Girão, e seus filhos Bruno e David e, ainda, o empresário Jorge Parente, sócio e diretor de Assuntos Institucionais da empresa cearense.