Foi realizado, terça-feira, no Rio de Janeiro, o Offshore Wind Summit (OWS), primeiro evento a debater sobre os aspectos que envolvem o sonho de o Brasil – com 8,5 mil quilômetros de costa – produzir energia eólica dentro do mar, como já acontece em alguns países do Norte da Europa.
Desse OWS emergiram algumas conclusões: 1) só por volta de 2030 – daqui a oito anos – deverá funcionar o primeiro parque eólico offshore brasileiro; 2) o processo de licenciamento ambiental de cada empreendimento absorverá, no mínimo, três anos de análise pelo Ibama; 3) ainda demorará para que o governo, com a parceria do Congresso Nacional, elabore e aprove a regulamentação para a implantação de projetos offshore, incluindo a cessões do uso de áreas marítimas; 4) será necessária a realização de leilões específicos para a geração eólica offshore, dizem e repetem os empresários do setor; 5) um projeto eólico dentro do mar custará uma montanha de dinheiro semelhante a US$ 15 bilhões por GW.; 6) esse custo deverá cair à medida que a tecnologia avançar, e esse avanço será mais rápido quanto mais rápido for o governo para clarear o setor, regulamentando-o e oferecendo-lhe toda a segurança jurídica aos investidores – e segurança jurídica é, como tem sido, um produto escasso na prateleira da administração pública brasileira.
O Ceará tem vários grandes projetos de geração de energia eólica offshore,todos no litoral Norte e Oeste do Estado e todos aguardado análise das autoridades do Ibama.
Um deles, de grande porte, será implantado por uma empresa cearense, a Servtec Energia,, em parceria com o grupo australiano Macquarie. Investimento de U$ 50 bilhões, equivalente a R$ 260 bilhões.