Senadores e deputados federais continuam de costas para o interesse do país e de frente para seus próprios interesses, que se alargam em véspera de eleição.
Eis uma prova: a maioria do Senado Federal aprovou, nesta semana, a proposta de privatização da Eletrobras, mas incluindo nela alguns absurdos, um dos quais permite a construção de novas termelétricas movidas a gás e a carvão mineral, um combustível fóssil altamente poluente.
Pois bem. No exato momento em que o mundo todo se mobiliza a favor das energias renováveis, quando várias cidades europeias já adotam providências para impedir a circulação de automóveis a diesel e a gasolina, os parlamentares brasileiros – com o lamentável apoio do governo – pisam no acelerador do atraso e decidem incentivar a poluição da atmosfera, um crime contra a natureza já tão ameaçada.
Sim, há uma crise energética grave e crescente, exigindo rápidas providências que evitem a repetição do apagão que desligou a luz do Brasil e dos brasileiros em 2001.
A possibilidade de um novo apagão existe, mas, para evitá-la ou para reduzir os seus danosos efeitos, há medidas corretas e saudáveis, oportunas e mais baratas não só do ponto de vista financeiro, mas também pelo prisma técnico e ambiental.
Os custos de implantação de uma usina solar fotovoltaica ou de um parque eólico estão hoje praticamente assemelhados aos das usinas hidrelétricas, cujas barragens estão em níveis perigosos no Sul e no Sudeste.
Há em implantação, neste momento, dezenas de médios e grandes projetos de geração eólica e solar que, diante desta crise de oferta hídrica causada pela falta de chuvas no Sul, no Sudeste e no Centro Oeste, podem ser acelerados. Vários deles localizam-se aqui no Nordeste. Por que, então, não acelera-los com a ajuda da principal parte interessada, o governo?
A Medida Provisória que trata da privatização da Eletrobras, aprovada quinta-feira pelo Senado, terá de retornar à Câmara dos Deputados, que a votará, novamente, na próxima terça-feira, data final para o pronunciamento do Parlamento (no primeiro minuto de quarta-feira, ela perderá a validade, se não for votada).
Aproveitando a crise energética e a confusão política reinante nos corredores do Congresso Nacional, os “lobbies” de interesse avançam sobre os congressistas.
Com que redação sairá do Parlamento o texto dessa MP ainda não se sabe, mas o certo é que, mais uma vez, pelo andar da carruagem, a decisão agredirá o meio ambiente, ferirá a natureza e provará que o que move o Legislativo não é a causa pública, mas a pessoal e eleitoral de cada um dos parlamentares.
O país que se exploda.
FAZENDA CAMBI COLHE E ENSILA SORGO E MILHO
Desde ontem, em sua fazenda Cambi, no distrito de Piranji, em Ibaretama, na margem da Estrada do Algodão, o agropecuarista José Antunes Mota, está colhendo 600 toneladas de sorgo e milho que já estão sendo ensiladas para garantir a alimentação do seu rebanho leiteiro bovino e caprino durante o segundo semestre deste ano.
Antunes revela que a pluviometria registrou, neste 2021, em sua fazenda, 400 milímetros, metade da média anual.
“Tive muita sorte. Choveu bem e no tempo certo sobre a minha propriedade e por isto vingou tudo o que foi plantado de milho e sorgo. E tudo está sendo ensilado”, diz ele, que produz queijo de coalho e de cabra, usando tecnologia portuguesa.
SINDQUÍMICA PENSA EM UM POLO EM MARANGUAPE
Ainda nem foi inaugurada a primeira fabricado Polo Industrial Químico do Ceará, localizado no município de Guaiúba, mas o presidente do Sindicato da Indústria Química (Sindquímica), Paulo Gurgel, já anuncia a possibilidade de instalação de plantas industriais em Maranguape, também na Região Metropolitana de Fortaleza.
Nesta semana, Gurgel visitou aquela cidade, sendo foi recebido pelo prefeito municipal, Átila Câmara, e pelo empresário local Marcos Mesquita, com os quais conversou sobre a instalação de indústrias químicas ali.
“Já vislumbro um novo polo industrial para os próximos anos na região”, disse com entusiasmo presidente do Sindquímica.
Dois polos industriais químicos, separados um do outro por apenas 30 quilômetros, será prova do imenso potencial do setor no Ceará. Talvez isso seja possível por volta de 2050, ou mais.
CAIXA FACILITA ATENDIMENTO DE APOSENTADOS
Mais de seis milhões de aposentados recebem seus proventos mensais em alguma agência da Caixa Econômica Federal.
Para essa multidão de pessoas, a Caixa criou um canal de atendimento para dar comodidade e segurança aos beneficiários do INSS, que, agora, não precisam mais deslocar-se até uma agência física para obter informações e acompanhar suas solicitações.
Tudo pode ser feito pelo telefone 0800 726 0207, opção 7.
Para consultas pelo atendimento telefônico, o beneficiário deverá ter em mãos o número do seu benefício ou CPF e a data de nascimento.
A Central de Atendimento disponibiliza as seguintes opções:
Situação do Benefício – identificação da situação da última parcela do seu benefício se: disponível, paga, bloqueada, parcela não sacada, devolvida ao INSS ou não localizada;
Prova de vida – identificação da data da última prova de vida realizada e vigência;
Portabilidade – orientações sobre os procedimentos para solicitação de portabilidade do benefício e consulta sobre a situação atual da portabilidade já solicitada.
ECONOMIA; A POSIÇÃO DOS BANCOS CENTRAIS
Atenção para a análise a seguir, assinada pelos economistas Carlos Kawall, Gustavo Ribeiro, Débora Nogueira, Leonardo Costa e Gabriel Braga, do Asa Investments:
“Há intenso debate sobre as tendências pós-crise da Covid-19 quanto à inflação e taxas de juros globais.
“Um polo do debate preconiza o temor de que uma postura menos preventiva do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) possa tornar mais persistentes as pressões inflacionárias ora em curso, a exemplo do experimentado nos anos 70, em contexto de políticas fiscais expansionistas.
“No outro extremo, há a visão de que a inflação global não deverá perpetuar-se nos próximos anos em função das expectativas de inflação ainda ancoradas e da tendência secular da redução das taxas de juro real neutra.
“Entendemos que a grande diferença do contexto atual frente a outros episódios históricos é a atitude mais firme dos bancos centrais, como externa na reunião de política monetária do FED esta semana.
“Há um contexto de elevação cíclica da produtividade, que pode ser também impulsionada pela digitalização crescente dos serviços, legado da pandemia.
“Continuamos a acreditar, nesse contexto, na continuidade do processo estrutural de inflação e juros de equilíbrio mais baixos”.
Resumindo: a economia mundial, a do Brasil no meio, depende do que acontecerá no curto prazo com a economia dos EUA, que retomou a curva de crescimento.
INADIMPLÊNCIA ATINGE 62 MILHÕES DE BRASILEIROS
Um momento de alta no valor de contas básicas, como luz e gás, pode ser especialmente preocupante para alguns brasileiros que já possuem dívidas com esse setor.
Segundo a Serasa, um braço da Serasa Experian que cuida de melhorar a saúde financeira das pessoas, as contas de “utilities” (serviços de utilidade pública) representam 22,3% do total de débitos do país, o que significa quase 37 milhões de dívidas.
No momento, o Brasil tem 62,56 milhões de inadimplentes e o ranking de tipos de dívidas é liderado pelo setor de Bancos/Cartão com “utilities” logo na sequência, representando 22,3%.
No entanto, nas regiões Norte e Sul, a situação é um pouco diferente das outras partes do Brasil, já que, no Norte, as dívidas de “utilities” aparecem em primeiro lugar e no Sul só na sexta posição.