Será possível eleger-se deputado – federal ou estadual – sem que o candidato tenha algum tipo de ligação com a política e com os políticos? A constrangedora resposta é positiva: sim, é possível. E isto já vem desde o início de Século XX.
Esta foi a conclusão a que chegaram empresários cearense da indústria e da agropecuária, reunidos ontem para “debater sobre o cenário atual da política estadual e nacional”, como explicou à coluna um dos participantes da reunião.
De que maneira isto será possível?
E a resposta chegou nos seguintes termos:
Primeiro, o interessado elabora uma planilha para responder à curiosidade de quanto custará sua eleição. Esse custo, que foi xis na eleição passada, será ypsilon, isto é, o dobro, na eleição deste ano.
De posse dos custos, o interessado procura uma consultoria especializada em “atrair” prefeitos e ex-prefeitos, que, no frigir dos ovos, são, até prova em contrário, os donos dos votos em cada município.
“Quanto você tem para gastar na campanha?” – é outra indagação que faz parte do ritual de iniciação de uma “candidatura noviça”. Com R$ 15 milhões, por exemplo, é total a chance de naufragar a pretensão de chegar à Câmara dos Deputados, por exemplo.
Este nariz de cera é para justificar a informação, obtida por esta coluna, segundo a qual cresce o número de empresários – falsos ou verdadeiros – que desejam conquistar um mandato parlamentar federal. Por que este interesse, tendo em vista que, nos dias de hoje, a imagem da política e dos políticos está tão suja quanto os paus de um galinheiro?
Há no meio empresarial, como em todos os segmentos da pirâmide social, pessoas vocacionadas para o serviço público – o senador Tasso Jereissati foi e segue sendo uma delas.
Mas, também, infelizmente, há quem, de maneira oportunista, tirando proveito de uma alguma circunstância, queira aproveitar a chance eleitoral para, digamos assim, obter a proteção constitucional pela via da imunidade parlamentar, que lhe assegurará, consequentemente, a sua impunidade por crimes já praticados e por outros que vierem a ser cometidos.
É exatamente aqui que os fins justificam os meios, como ensina o consultor e pensador florentino Nicolau Maquiavel, cujos conselhos continuam vivos, angariando novos admiradores, pelo menos aqui no Ceará.
No Brasil, a atividade política foi contaminada pelo esgarçamento do tecido social e pelo mau exemplo dos políticos. A mídia nacional fala da presença de representantes de facções do crime organizado nos parlamentos municipais, estaduais e federal. Deveria, pois, haver um esforço concentrado da parte da sociedade brasileira para tornar o Parlamento o abrigo das boas e sadias vocações da política.
A três meses da eleição de outubro, o que se vê e ouve, nestes dias, é a chance, agora ampliada, de as duas casas do Congresso Nacional e as assembleias legislativas encherem-se de representantes não do interesse nacional, mas do apetite pessoal que está, como sempre esteve, de olho no Tesouro Nacional.
Será que o eleitor cearense permitirá que falsas vocações políticas endinheiradas comprem um mandato popular? Pelo que narra a crônica recente e remota das eleições no Ceará, são muito altas, mais uma vez, as chances de isso acontecer.
APODI: CIMENTO COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Em 2021, a Cimento Apodi produziu 1,6 milhão de toneladas de cimento.
A produtividade dos seus moinhos alcançou 102%, um recorde operacional possível devido ao percentual de uso da Inteligência Artificial na moagem, que chegou aos 93,7%, superando o do ano anterior em 44%.
“O ano de 2021 foi o melhor ano industrial para a Cimento Apodi em uma década de fundação, puxados em parte pela recuperação dos preços do cimento, pelo crescimento das vendas e implantação de novas soluções e uso de inteligência artificial, por meio da parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi o melhor ano das operações das fábricas, as mais elevadas de toda a cadeia produtiva: de 35 dos principais itens monitorados, 23 deles tiveram quebras de recorde”, detalha o presidente do Conselho de Administração da Cimento Apodi, Adauto Farias Júnior.
INDIANOS SERÃO OS MAIORES DO MUNDO
Atenção para esta informação:
A ONU anunciou ontem que, no próximo dia 15 de novembro, o mundo passará a hospedar 8 bilhões de habitantes. Ou seja, 8 bilhões de bocas.
Ainda de acordo com a ONU, a China, que hoje é o país mais populoso do planeta, com 1,4 bilhão de habitantes, será superado pela Índia em 2026, cuja população já se aproxima da chinesa.
Surge a pergunta: como fazer para alimentar essa multidão de gente?