Ameaçada de extinção, a cajucultura nordestina é uma atividade que exige investimento permanente.
Primeiro na substituição do cajueiro antigo, de copa larga, cujas árvores estão sendo abatidas, transformadas em lenha para os fornos da indústria ceramista e trocadas pela variedade anã precoce desenvolvida pela Embrapa.
Isto exige dinheiro e 100% de dedicação à nova floresta que tem altura reduzida, facilitando o trabalho de colheita.
Segundo, no uso de tecnologia no trato do solo.
Terceiro, na negociação com a indústria de beneficiamento e com os importadores europeus e norte-americanos, que hoje são abastecidos pelos asiáticos da Índia e do Vietnã.
Aqui no Ceará, seguindo esse regramento, o jovem empresário Antônio Lúcio Carneiro, sócio majoritário da Resibras, verticalizou as operações de sua empresa, que hoje produz em 10 mil hectares – próprios ou de fornecedores selecionados em municípios do litoral Leste e Oeste do Estado - beneficia e comercializa a amêndoa e o pedúnculo do cajueiro anão, cuja produtividade é de fazer inveja aos cajucultores de 20 anos atrás.
Além da castanha – produto nobre em qualquer supermercado da Europa – a Resibras fabrica o Líquido da Castanha de Caju (LCC), produto ainda mais nobre, também exportado por preço melhor do que o da sua matéria prima.
No próximo mês de setembro, os cajueirais começarão a brotar a safra deste ano, que, beneficiada pelas boas chuvas, deverá ser melhor do que a do ano passado.
Antônio Lúcio chama atenção para um detalhe:
“A cajucultura de agora – que igualmente gera energia e alimento para o ser humano e ração para os animais - também exige do produtor atitudes de respeito ao meio ambiente. A floresta de cajueiros são uma boa alternativa contra a desertificação”, conclui ele.
SÃO FRANCISCO
Francisco Teixeira, secretário de Recursos Hídricos do Governo do Ceará, revelou ontem para um grupo de empresários da indústria e da agropecuária, com o qual se reuniu por meio de vídeo conferência, que, com a chegada das águas do Projeto São Francisco ao Ceará, as do Castanhão serão destinadas ao abastecimento das cidades e às atividades econômicas da região do Baixo Jaguaribe.
Detalhe: enquanto o conjunto de açudes que abastecem Fortaleza (Pacajus, Pacoti, Riachão, Gavião, Aracoiaba, Maranguapinho) estiver, como estão agora, com mais de 60% de sua capacidade, não é necessário bombear água do Castanhão para a RMF. Assim, as águas do São Francisco ajudarão a aumentar o volume do Castanhão até que se faça necessária a sua transferência para a capital cearense.
A propósito: o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informa que as águas do Velho Chico chegarão a Jati na sexta-feira, 26.
Um mês depois, elas prosseguirão sua viagem para o Castanhão, aonde chegarão quatro meses depois, pelo menos.
QUIABO LOUCO
Deu a louca nos supermercados! Um quilo de quiabo, só um quilo, está custando R$ 9,99.
Será que o pequeno produtor – o que produz quiabo na periferia de Fortaleza e no interior do Estado – recebe pelo menos 30% desse valor?
FINITUDE
Embora não conste nas teses dos fundos de investimento ou entre as tendências globais de consumo, o Mercado da Finitude cresce no mundo, oferecendo produtos e serviços para diferentes etapas do fim da vida.
De acordo o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), o setor tem uma receita anual de R$ 7 bilhões no país.
Nos Estados Unidos, neste ano, essa receita será de US$ 20 bilhões – de acordo com Absolute Markets Insights, que projeta para esse mercado uma receita de US$ 42 bilhões em 2027.