Bruno Girão: inovar é mudar na pandemia

Para o jovem industrial Bruno Girão, sócio e CEO da cearense Betânia Lácteos, líder do mercado de laticínios da região Nordeste, com fábricas no Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia, "uma empresa vai à garra quando faz hoje a mesma coisa que fez ontem, continuamente". Ao abordar a opinião exposta aqui segunda-feira, 1º, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Maia Júnior, segundo quem a empresa que não inovar "irá à falência", Bruno Girão considera que o diagnóstico está correto - "e todo gestor sabe disso" - mas não foi didaticamente explicado. "A questão que irrita é que o Governo também não está inovando. Receita velha para novos problemas", afirma Girão, que sobe um degrau do debate: "É hora de união e não de acusações. O novo normal - diz ele - exige 'team work' (trabalho em equipe) e humildade para ouvir. Não há mais uma única verdade. Os riscos e as oportunidades multiplicaram-se". Bruno Girão conclui sua reflexão: "A inovação mais relevante, nesta crise, dar-se-á na área de processos e de modelos de negócios. A turma ainda acha que inovação só vem da área de produtos". A Betânia tem o lado da agricultura irrigada, tocada por David Girão, irmão de Bruno.

Réplica

Insiste o secretário Maia Júnior no seu discurso sobre a necessidade de inovação do setor privado cearense. E manda mensagem a esta coluna, dizendo o seguinte: "Para ver inovação, não é preciso ir para trás do balcão e emitir nota fiscal. É só olhar o valor de mercado de algumas empresas cearenses". Maia cita-as: "Betânia Lácteos, Agrícola Famosa, Potiporã e Itaueira no agronegócio; Fressenius e Hapvida na saúde; Arco na educação; M. Dias Branco em alimentos; Brisanet em Telecom; Aniger, Vulcabrás e Grendene em calçados. Estas empresas e seus líderes vencem a crise, inovando".

Crédito

Empresa liderada pelo economista Alcântara Macedo, a cearense Brevetto Investimentos - que atraiu para cá a Siderúrgica Latino Americana (Silat) - informa: tem hoje em seu portfólio investidores para operações de crédito de R$ 20 milhões até R$ 1 bilhão, destinadas a capital de giro e crédito para empreendimentos na agricultura, imobiliária e infraestrutura. Garantias de 100% em imóveis com liquidez, recebíveis performados de clientes de primeira linha, fluxos de aluguel e direitos creditórios de ações judiciais.

Roberto Sombra, um cearense de Russas, era dono de pequena indústria que fabricava peças para motos. A pandemia levou-a à garra. Empresário criativo, levou seus equipamentos para a produção de materiais hospitalares. Um deles - um totem de 1,5 m de altura, feito de PVC e cheio de álcool em gel - está em uso na Fiec.

Estaria no SPC ou no Serasa todo brasileiro que tivesse de esperar pelo Correios para pagar faturas e boletos bancários. O serviço de entrega de encomendas e correspondência do Correios é muito mais lento do que o movimento de uma preguiça. Ainda bem que a internet está aí para emitir a segunda via desses documentos.