Arquitetos alegram-se: está chegando o mogno africano

O mogno da variedade Khaya Grandfoliola, que há 20 anos chegou ao Brasil pelo Pará, disseminou-se pelo país e agora é mais uma opção para projetos arquitetônicos nas cidades e nas praias

Arquitetos cearenses receberam com alegria a notícia de que o Brasil – localizadamente no estado do Minas Gerais – já está a cortar as primeiras árvores de mogno africano, que, a partir de dezembro, será comercializado em todo o país, inclusive no Ceará. É o que promete Ricardo Tavares, um dos três sócios da R3 Mogno, cuja floresta dessa nobre árvore está plantada em 515 hectares no município de Pirapora, no Norte mineiro.

A R3 Mogno – assim denominada porque seus sócios são os amigos empreendedores Ricardo Tavares, Rodrigo Montesanto e Rogério Schiavo – produz mogno africano da variedade Khaya Grandfoliola, uma das mais belas de toda a família dessa apreciada árvore que chegou ao Brasil há 20 anos, sendo plantada inicialmente em uma fazenda no Pará, que hoje comercializa suas sementes.

Por causa dessas sementes, o cultivo do mogno africano expandiu-se pelo país. Hoje, ele é desenvolvido em 60 mil hectares de 50 municípios de 12 estado brasileiros, mas o Ceará está fora dessa lista, “infelizmente”, como lamentou um conhecido arquiteto cearense, que usará o mogno africano em seus futuros projetos residenciais urbanos e de praia. O mesmo arquiteto revelou que boa parte do mogno produzido no Brasil é exportado.

Os três irmãos Tavares decidiram não apenas cultivar o mogno africano, mas cortá-lo e beneficiá-lo, transformando-o em peças de madeira para os mercados interno e externo. A R3 Mogno está cortando 210 árvores por hectare; após o corte, novas mudas de sementes são plantadas para serem cortadas 10 anos depois.

No site da Futuro Florestal, está escrito o seguinte sobre o assunto:

"O mogno africano – Khaya gradifoliola de origem africana pertence a família das meliáceas, a mesma do mogno brasileiro e do cedro rosa. Possui madeira nobre de grande potencial econômico para comercialização interna e externa podendo ser utilizada para diversas finalidades. No Brasil, a espécie teve seus primeiros plantios instalados na região Norte no ano de 1976, por um pesquisador dentro da Embrapa Amazônia Oriental. A crescente demanda por madeira tropical está impulsionando novos investimentos em plantios comerciais em todo o país, sejam projetos particulares de produtores rurais, como também de fundos de investimento internacionais, o que vem aquecendo o mercado florestal em torno da espécie."

Um grande empresário cearense, que pede o anonimato, está cultivando outra variedade de mogno, mais nobre e muito mais caro do que o africano. Plantado há 14 anos em uma área de 500 hectares, numa região de serra no estado de Pernambuco, esse mogno ainda demorará mais 3 anos para alcançar a idade de corte.

Quando vale uma tonelada desse mogno – quis saber a coluna. E a resposta do empresário foi esta: “Vale uma fortuna em dólares. E grandes importadores europeus e norte-americanos já manifestaram o desejo de comprá-lo. Daqui a três trataremos disso”.