No dia 26 de março de 2009 – há 14 anos, portanto – esta coluna publicou a primeira notícia sobre o Arco Metropolitano na imprensa cearense. O texto publicado foi o seguinte:
“Hospedou-se na cabeça do governador Cid Gomes a ideia — já repassada para o seu secretário de Infraestrutura, engenheiro Adahil Fontenele, que a transferiu para o superintendente do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), Quintino Vieira — de construir o que, no Governo do Ceará, já está sendo chamado de Arco Metropolitano.
“Do que se trata? Uma fonte com livre trânsito no Palácio Iracema (antiga sede do governo estadual) revelou a esta coluna que o Arco Metropolitano é o nome escolhido para batizar uma autoestrada que ligará a BR-116, em um ponto do município de Pacajus, até a área do Complexo Portuário e Industrial do Pecém.
“O projeto de engenharia, cujo estudo de viabilidade técnica e econômica vai começar, ficará pronto ainda neste primeiro mandato de Cid Gomes, mas sua execução só será possível num eventual segundo mandato. Não há, por enquanto, a menor ideia de quanto o empreendimento custará.
“A autoestrada — informou a mesma fonte — terá padrão internacional, com pistas duplas, acostamento, canteiro central, pontes, um túnel e viadutos que serão implantados nos cruzamentos das rodovias estaduais e federais que ela cortará.
“O projeto beneficiará os distritos industriais de Maracanaú-Maranguape e de Pacajus-Horizonte, que terão facilitado e abreviado o acesso de seus produtos ao porto do Pecém e, também, ao do Mucuripe, pois o Arco Metropolitano cruzará o Anel Viário.” Ponto.
Aterrissemos nos dias de hoje. De Cid Gomes a Elmano de Freitas – passando pela dupla gestão de Camilo Santana – o projeto do Arco Metropolitano sofreu modificações para adequar-se às condições financeiras do Estado.
Na primeira fase de sua nova versão, ele não terá pista dupla, algo que reduzirá bastante o seu custo, que será bancado pela iniciativa privada por meio de concessão – é o que aponta a nova versão do projeto.
A empresa vencedora da licitação para a concessão terá direito de explorar todos os serviços nos dois lados da estrada, que terá 100 quilômetros de extensão. Terá, também, o direito de cobrar pedágio dos usuários.
Estimam os estudos da Secretaria de Infraestrutura – revelados há dois dias pela engenheira Liana Fujita, secretária-executiva da pasta – que circularão, diariamente, pelo Arco Metropolitano, indo e vindo do Porto do Pecém, 40 mil veículos, número que viabilizará o retorno do investimento privado, de acordo com a Seinfra.
É um empreendimento vital para a economia cearense, que está prestes a ser estimulada pelos grandes projetos de produção do Hidrogênio Verde na ZPE do Pecém. Do ponto de vista da mobilidade, o Arco Metropolitano livrará o IV Anel Viário de Fortaleza do pesado – e põe pesado nisso – tráfego de caminhões e carretas que vão e vêm dos portos do Pecém e do Mucuripe.
Se viabilizar o projeto de construção do Arco Metropolitano por meio de concessão à iniciativa privada, o governador Elmano de Freitas escreverá seu nome na história do Ceará. Essa viabilidade já está provada em vários estados do Sul e do Sudeste, podendo ser replicada aqui.
Esta coluna pode informar que duas grandes empresas do Ceará, da área da construção pesada, deverão constituir um consórcio para participará da licitação de concessão do Arco Metropolitano. O concessionário bancará as obras de construção e de manutenção da rodovia.
Em 2009, o custo de implantação dessa estrada era estimado em R$ 700 milhões. Hoje, esse custo é bem maior – R$ 1,26 bilhão, mesmo sem pista dupla e sem canteiro central. Mas com três praças de pedágio, cujo valor será definido pelo já ansiosamente esperado edital de licitação.
Ainda se passarão mais três meses, no mínimo, até que fiquem prontos os estudos técnicos e o projeto executivo de engenharia do Arco Metropolitano, mas há muita excitação no Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará, onde está o público mais interessado na sua construção.
Como se trata de um projeto regional nordestino, com características distintas dos que existem em operação no Sul e no Sudeste, a expectativa é de que serão as grandes empresas nordestinas – principalmente as cearenses – que, solitariamente ou consorciadas, brigarão por essa concessão.