Fortaleza chegou ao G-3 e agora só fala em G-2?

Confira a coluna desta terça-feira (6)

Ainda se espantam quando um time nordestino se mantém no topo do futebol brasileiro, para alguns estilo “cavalo paraguaio”, para outros a equipe pode estar vencendo, mas vai cair de rendimento logo. Talvez seja difícil para grandes críticos do futebol acreditarem num trabalho de um time onde o orçamento é desproporcional aos considerados do eixo sul/sudeste.

Não estou aqui para defender equipes, apenas vamos aos fatos e sermos justos ao que está sendo apresentado no Campeonato Brasileiro de 2024.

Fortaleza de Juan Pablo Vojvoda, chega ao 7º jogo sem perder na Série A, após a vitória contra o Cruzeiro, quebrando a invencibilidade da Raposa, o jogo foi fora de casa. Dentro do Castelão, o tricolor domina, é o único clube sem derrotas até o momento.

O Leão também é o time que menos perdeu no campeonato e, detalhe, com um jogo a menos. Em 20 partidas, a equipe de Vojvoda só acumulou até agora 3 derrotas, para o Cuiabá, Vasco e Bahia, 6 empates e 11 vitórias, entre elas contra Flamengo, Palmeiras, São Paulo…

Podemos falar dos gols? Ou melhor dos autores?

Um deles, destaque da equipe e vice-artilheiro do campeonato, Juan Martín Lucero, com 8 gols, que pela qualidade já podia ter encostado mais no Pedro, do Flamengo, que tem 10 gols. Lucero ficou de fora do último jogo no departamento médico, mas se Vojvoda não pode contar com El Gato, tem Renato Kayzer que além da competência no ataque (que todos conhecem), é preciso falar sobre resiliência e ressaltar ainda mais o trabalho de um técnico que tem uma característica forte: resgatar atletas. Kayzer é um exemplo desse resgate.

Esses são alguns tópicos que respondem o motivo de um time cearense estar no topo do futebol brasileiro. Outro detalhe importante é o planejamento. Talvez alguns críticos não saibam do trabalho realizado, em menos de um ano o Fortaleza se transformou em SAF, chegou à final da Copa Sul-Americana e garantiu o maior faturamento da história de uma equipe nordestina: aproximadamente R$ 371 milhões.

A balança fica desequilibrada se formos comparar com o faturamento dos times do eixo, mais um detalhe para ser enaltecido quando observarem o Fortaleza entre os melhores. Um planejamento que se estende na estrutura que é apresentada aos atletas, na logística que é feita para minimizar o desgaste (em 2023, o time percorreu a maior distância em viagens durante a Série A do Brasileirão), nas contratações, onde boa parte entendeu a filosofia de Vojvoda, todo um trabalho que reflete em campo, por isso não se assustem ao ver um bom resultado, não só no placar, mas sim na tabela.

Vojvoda está mostrando ao futebol brasileiro que o G-4 realmente pode ficar pequeno para os planos tricolores, se no início da competição a conversa seria “primeiro a manutenção na Série A”, hoje na “virada da montanha” o discurso dos tricolores é outro.

Sabemos que ainda tem muita água para passar debaixo da ponte, mas pelo caminho que está sendo guiado, não se surpreendam com que um time nordestino ainda pode aprontar nessa reta final de Campeonato Brasileiro.