Ser assediada deve ser uma sensação terrível. É um sentimento de estar vulnerável e ainda ter que comprovar veracidade onde a maioria desacredita. É sofrer e ainda precisar provar que é vítima, porque só levar a cantada não basta.
Se hoje presenciamos um ministro dos Direitos Humanos acusado de assédio sexual, no futebol, este cenário infelizmente é semelhante.
Ser torcedora, ir ao estádio torcer, vibrar, chorar, é um direito de qualquer mulher. Mas até chegar a esse comportamento normal de qualquer torcedora, percebemos que em alguns casos é necessário se “sujeitar” a certos comportamentos para estar num espaço que, de fato e direito, é nosso. Qualquer mulher pode transitar nos locais que convém.
A incidência de assédio sexual, verbal e físico contra mulheres em praças esportivas é um problema grave e persistente. O podcast Elas no Esporte desta semana conversou com a influencer Sabrine Araújo. A torcedora do Fortaleza vai ao estádio com frequência para trabalhar, mas acaba passando por situações desagradáveis de homens que se acham no direito de tocar, de soltar palavras de baixo calão, como se fosse algo normal, algo que deveríamos aceitar com naturalidade.
A visão tradicional do futebol como um esporte predominantemente masculino criou, em alguns momentos, um ambiente hostil para as mulheres, que muitas vezes são vistas como intrusas ou objeto de assédio.
O Governo do Estado do Ceará, em parceria com o Ministério das Mulheres, promoveu ações com intuito de conscientizar a população no combate à violência contra a mulher. O assédio também pode caracterizar violência, a conduta abusiva representada através de palavras, gestos, comportamentos que prejudicam a integridade física e psíquica de mulheres.
Talvez os homens não tenham noção o quanto nós mulheres ficamos machucadas quando o nosso corpo é avaliado em locais públicos, só para eles provarem a masculinidade.
A objetificação do corpo feminino nos estádios de futebol também é um problema profundamente enraizado em nossa sociedade e que causa um impacto significativo na autoestima e bem-estar das mulheres.
E, para a mulher que nunca passou por essa situação constrangedora, é preciso cultivar a empatia e se colocar no lugar das que sofreram para entender o impacto da objetificação em suas vidas.
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