Em atendimento a líderes e equipes, sempre ouço queixas, tais como: “meu liderado não ouve o que eu digo”; “falo, falo, falo e nada acontece” ou “eles não entendem o que eu digo!”; “não adianta falar com o meu líder, nunca consigo o reconhecimento que mereço.”
Somos condicionados a prepararmos um discurso todas as vezes que precisamos convencer alguém ou negociar algo. O que poucos profissionais exercitam é a arte de fazer perguntas. Vamos entender?
O poder das perguntas reside na sua capacidade de abrir portas para o conhecimento, desafiar suposições e estimular reflexões profundas. São como chaves que desbloqueiam novas perspectivas, incentivam a criatividade e promovem o entendimento mútuo. Uma pergunta bem formulada pode provocar mudanças, inspirar descobertas e até mesmo transformar o curso da história. Na busca pelo conhecimento e pela compreensão, as perguntas são o ponto de partida, guiando-nos em direção à verdade e à sabedoria.
Nosso principal desafio para desenvolvermos essa habilidade é controlar o impulso de falar tudo o que sentimos e pensamos. Quando somos escravos desse impulso, nosso principal interesse passa a ser mostrar quem é mais forte ou quem sabe mais em vez de conseguirmos o que realmente seria útil para a situação. Se mudarmos a perspectiva de “poder”, entenderemos que, quem tem poder de fala não é o mais “forte” ou o mais influente. A observação, o silêncio e a pergunta certa são elementos que, se bem aplicados, conseguem resultados poderosos, pois facilitam a compreensão mútua e fortalecem laços interpessoais.
Na jornada pessoal, fazer perguntas a si mesmo é fundamental para o autoconhecimento e o desenvolvimento contínuo, e para as tomadas de decisão são guias indispensáveis, ajudando a analisar situações complexas e a optar por caminhos informados. Na criatividade, as perguntas desafiam o status quo, impulsionando a inovação. Em conflitos, perguntas abertas são pontes para a resolução e a colaboração. Na liderança, seu impacto é notável, estimulando o engajamento e a participação. Contudo, a ética das perguntas deve ser sempre considerada, evitando manipulação ou invasão de privacidade. Na ciência, as perguntas são o ponto de partida para descobertas e as investigações.
Tipos de perguntas e suas aplicações
Fazer as perguntas certas requer uma combinação de reflexão, empatia e contexto. Primeiro, é importante entender claramente o objetivo da pergunta e o contexto em que ela será feita. Em seguida, considere o público-alvo, observe pistas do que o outro pensa e sente. Isso facilitará o uso adequado do tom de voz; a escolha do vocabulário e do local para que a comunicação aconteça; assim como a aplicação correta do estilo da pergunta para ser mais eficaz na conversação. Importante: recuar pode ser uma alternativa sábia quando não temos certeza ou percebemos que o ambiente está tenso ou confuso.
As perguntas mais comuns são classificadas em abertas e fechadas. A pergunta aberta é aquela que permite uma variedade de respostas e geralmente começa com as seguintes palavras: "como", "por que" ou "o que", incentivando uma resposta mais detalhada, reflexiva e que possibilite mais perguntas. Essa abordagem pode ser aplicada em entrevistas de emprego, quando desejamos conhecer mais sobre a opinião da outra pessoa, quando pretendemos discutir ideias e novos projetos ou ainda quando o líder precisa despertar mais consciência em seu liderado. Quando perguntamos, por exemplo: "Como você se sente sobre o projeto?", isso faz com que o interlocutor pense um pouco mais sobre a sua resposta.
Pergunta fechada é aquela que geralmente pode ser respondida com um "sim" ou um "não" ou com informações curtas e diretas. Adequadas para situações em que precisamos ser mais objetivos e manter a conversa na direção correta. Geralmente começam com palavras como "você", "onde", "quando" e "quantos". Por exemplo: "Você terminou o relatório?"
Cuidados ao utilizar perguntas!
- Pratique a escuta ativa e tenha atenção plena para ajustar suas perguntas com base nas respostas recebidas.
- Evite olhar para o celular o tempo todo ou interromper a resposta do outro. Isso demonstra interesse e, fatalmente, quando for a sua vez de falar o outro terá consideração pela sua mensagem.
- Seja respeitoso, ético e sensível ao fazer perguntas, especialmente em situações delicadas ou sensíveis.
- Pergunte para entender e construir, evite confrontar! Algumas pessoas utilizam esta técnica para constranger e alimentar a sua sensação de poder.
- Sempre pergunte depois de falar sobre o que aconteceu, o que pensa ou de contar uma história. Quando o diálogo termina com uma pergunta, força o outro a refletir sobre o que foi dito.
- Se você é líder e quer que o liderado reflita mais sobre suas atitudes, faça perguntas abertas e com foco no resultado que você deseja.
- Clarifique a mensagem fazendo perguntas de aprofundamento, mas evite a postura de interrogador. As perguntas devem provocar aprofundamento do que está sendo dito.
- Esteja disposto a recuar. Se o momento não for oportuno, adie a conversa.
Nesta coluna, trarei para você assuntos relacionados a carreira, liderança, coaching e tendências sobre os assuntos. Contribua deixando sua pergunta ou sugerindo um tema de sua preferência, comentando este post ou enviando mensagem para o meu Instagram: @delaniasantoscoach
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Será maravilhoso ter você comigo nesta jornada. Até a próxima!
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.