BNB prevê R$ 500 milhões para mulheres beneficiárias do Bolsa Família; entenda novo microcrédito

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) prevê cerca R$ 500 milhões para novo modelo de microcrédito feminino a ser lançado em julho deste ano. Mulheres inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) — como beneficiárias do Bolsa Família — terão acesso ao crédito direcionado. 

O recurso é negociado e será viabilizado no âmbito do Programa Acredita, do Governo Federal, por meio do Fundo de Garantias de Operações (FGO). As informações foram repassadas pelo superintendente de Microfinança Urbana e Microempresas do banco, Helton Mendes. 

“A ideia é de transformação, oferecer oportunidade para a pessoa crescer e, de repente, não depender mais dos programas sociais”, frisou, durante a 54ª Reunião Anual da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide), nessa quarta-feira (15). O evento segue até sexta-feira (17), na sede do BNB, em Fortaleza.
 

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Novo microcrédito terá menos burocracia para facilitar o acesso a empreendedoras 

Para Helton, o novo microcrédito poderá contemplar demandas que dificultam o acesso a empréstimos, como a exigência de bens no nome da empreendedora.

“No CrediAmigo, por exemplo, a garantia é social, ou seja, o aval entre os membros do grupo. Com o apoio do FGO, nem isso será mais necessário porque teremos um fundo para impulsionar o empreendedorismo feminino”, observou.

Atualmente, o BNB tem CrediAmigo Delas, cuja contratação individual só é possível mediante avalista. 

Os valores do novo microcrédito e demais detalhes ainda serão anunciados após a regulamentação do Programa Acredita, o qual também irá alocar recurso total estimado em R$ 1 bilhão para outros produtos financeiros ainda a serem divulgados pela instituição financeira. 

O crédito direcionado está direta e indiretamente ligado a alguns dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

4 pontos que você precisa saber

O que é ESG?

ESG é a sigla, em inglês, para Ambiental, Social e Governança (Environmental, Social and Governance). O conjunto de práticas visa reduzir os impactos ambientais provocados pelas empresas e desenvolver um sistema econômico justo e transparente. Por isso, pode contribuir para a descarbonização da economia, termo usado para a redução da emissão de dióxido de carbono (CO₂), principal gás responsável pelo efeito estufa. ESG surgiu em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2004, e também está atrelado aos Objetivos de Desenvolvimento da ONU.

Por que o ESG é importante para o consumidor?

O ESG é importante para toda a sociedade, considerando que o País é marcado por assimetrias socioeconômicas, herança do período colonial, escravista e de uma cultura patriarcal. Por isso, pode promover mudanças de equidade no mercado de trabalho, além de reduzir os impactos ambientais dos negócios, sobretudo em um contexto de crise climática. Compreender a importância da agenda ESG ajuda a tomar decisões de consumo baseadas em práticas ambientais e sociais, pressionando os negócios a se adequarem.

O que é a Agenda 2030?

A Agenda 2030 é um compromisso global firmado pelos 193 Estados-membro da ONU, com o objetivo de gerar desenvolvimento sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental, considerando as prioridades de países e localidades. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são parte da Agenda 2030

O que é o Acordo de Paris?

O Acordo de Paris é um pacto internacional voltado para conter o aquecimento global, aprovado como lei doméstica por 194 países e pela União Europeia, em 2015. Pelo tratado, a meta era manter o aquecimento abaixo de 2ºC e, na medida do possível, 1,5ºC.