A inflação afeta o “principal órgão do corpo humano”, o bolso, uma vez que promove uma série de efeitos negativos na vida das pessoas, em função da perda do poder de compra.
As empresas, também impactadas pelo processo inflacionário, tem suas margens de lucros penalizadas, em razão de muitas vezes não conseguir repassar os custos inflacionários ao preço final dos produtos e serviços.
INFLAÇÃO NO BRASIL E EM FORTALEZA
O indicador oficial de inflação, o IPCA, divulgado recentemente pelo IBGE do mês de agosto, registrou -0,36% no Brasil, e na Região Metropolitana de Fortaleza foi -0,74%. Vale dizer que já são dois meses consecutivos de deflação no Brasil e em Fortaleza.
A redução do índice de inflação mensal em Fortaleza decorre, em grande medida, da queda nos grupos Transportes e Habitação, reflexo das quedas nos preços da gasolina (-15,6%) e energia elétrica residencial (-6,85%).
Assim, podemos dizer que a inflação deu uma trégua em Fortaleza? Infelizmente não.
Apesar do IPCA apresentar redução nos últimos meses, tenho de informar, a você caro leitor, que a inflação em Fortaleza ainda está latente no bolso das famílias e no caixa das empresas.
6 EM CADA 10 PRODUTOS TEM PREÇOS EM ALTA
A difusão do processo inflacionário em Fortaleza é ainda notória. O IBGE, no mês de agosto, publicou o comportamento de preços de 219 produtos e serviços*, de forma que em agosto 62,6% destes apresentaram elevação de preços. Ou seja, 6 em cada 10 produtos registraram preços em alta.
Veja a seguir três vilões do seu bolso no último mês de agosto:
IPCA (Inflação) - % de Crescimento - Produtos em Fortaleza - Agosto de 2022
- Mamão 15,51%
- Cebola 11,23%
- Leite em Pó 8,77%
Fonte: IBGE (2022)
Em 2022, a inflação de Fortaleza, além de estar acima da média do Brasil, está entre as cinco maiores das cidades pesquisadas, conforme podemos visualizar no ranking abaixo:
IPCA (Inflação) - % crescimento em 2022 - janeiro a agosto
- Rio de Janeiro 5,62%
- Salvador 5,30%
- São Paulo 5,18%
- Fortaleza 4,87%
- Aracaju 4,73%
Fonte: IBGE (2022)
Vencer a inflação não é fácil. Isto é fato. A redução dos impostos e a política monetária restritiva, são as principais estratégias adotadas atualmente para superar a inflação.
Para superar a dinâmica inflacionária atual é necessário o realinhamento das cadeias produtivas globais, superando os efeitos da Covid; a queda dos preços das commodities, especialmente o petróleo; e a (esperada) resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Grande abraço e até a próxima semana!
*219 subitens do IPCA pesquisados pelo IBGE na Região Metropolitana de Fortaleza
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.