O Fortaleza empatou com o Náutico em 2 a 2 neste sábado (12), pela Copa do Nordeste. Fora de casa, saiu atrás no placar, conseguiu a virada e depois cedeu a igualdade. Pelo volume geral, a sensação de um jogo que poderia ter sido vencido, se tivesse mais capricho ofensivo e menos falhas defensivas.
A busca pelo equilíbrio é o desafio do técnico argentino Juan Pablo Vojvoda. No início de temporada, tem a responsabilidade de ser protagonista na competição - o que deve ser feito com evolução gradativa. E dos pontos apresentados, a ausência de solidez na defesa é o aspecto de correção mais urgente.
O Timbu abriu o placar aos 4 do 1º tempo, com Jean Carlos recebendo livre de marcação em uma infiltração no esquema 3-5-2. Na volta do intervalo, Eduardo Teixeira aproveitou a indefinição de atletas dentro da área para finalizar com espaço.
No leque maior, um erro individual interferiu no Clássico-Rei. Em dois episódios seguidos, a equipe leonina foi obrigada a se lançar para reverter o placar adverso construído nos primeiros minutos.
Movimentação ofensiva
Um ponto que funcionou no Fortaleza foi a movimentação ofensiva, associada à pressão pós-perda. Com mobilidade, Moisés e Igor Torres criaram inúmeras chances e não geraram gols por tomadas de decisões no último terço. Lucas Lima também contribuiu muito com lançamentos e desarmes.
Náutico x Fortaleza (FootStats)
- Passes: 204 x 299
- Finalizações: 8 x 14
- Desarmes: 6 x 14
- Cruzamentos: 16 x 26
- Lançamentos: 21 x 29
- Posse de bola: 45,3% x 54,6%
Assim, o Leão envolveu o Timbu no maior recorte do jogo. A blitz empilhou ações em um desenho tático com muitos jogadores no campo adversário e excesso de cruzamentos (26 x 16). A característica de busca pela posse também rendeu mais desarmes ao longo do duelo: 14 x 6.
O ala Yago Pikachu brilhou com os dois gols, sendo um de pênalti e outro de arremate de longe. O uso dos extremos pelo meio, como com Lucas Crispim, é repertório mais presente em 2022.
Força mental
Após quatro jogos, o Fortaleza segue invicto: duas vitórias e dois empates. O poder de recuperação dentro de uma partida é uma marca da força mental, obtida com a confiança no trabalho. Tanto contra o Náutico, como no Clássico-Rei, o Leão encerrou o jogo sendo o mais proativo.
A necessidade de imposição é uma característica desejada por Vojvoda e que deve marcar o restante do ano, principalmente contra rivais de menor poderio de investimento. A Copa do Nordeste serve como esse teste coletivo, e as variações existiram em campo sem mudanças.
Um exemplo foi a alternância de função entre Tinga, Jussa e Pikachu, apenas com posicionamento. No entanto, é preciso se atentar também para a execução e o rendimento. Nomes como Tite e Juninho Capixaba apresentaram atuações abaixo.