Um resultado da confiança. Para além da atuação, a vitória do Fortaleza contra o Santos, nesta quinta-feira (21), deve servir como ponto de partida do Leão na reta final da Série A. Sem vencer há oito jogos, o time foi soberano frente ao adversário e aplicou 2 a 0 com evolução no 2º tempo. No fim, o suficiente para respirar fora da zona de rebaixamento.
Tudo atravessa um confronto iniciado dias antes, em ato de união fomentado pelo torcedor. O grupo tricolor conseguiu se fechar em prol do resultado e soube absorver o 1º tempo abaixo tecnicamente.
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De fato, a evolução foi crescente e ocorreu sem que a ideia tática do técnico Enderson Moreira - a formação no 4-2-3-1 - tivesse de ser abandonada. Com Vázquez de titular, o conceito foi sacramentado após variações contra Grêmio e Internacional.
As circunstâncias atravessam ainda a presença de Felipe Alves. O principal destaque leonino na temporada foi fundamental mais uma vez, agora ao defender cobrança de pênalti de Jean Mota. E a marca fica no simbolismo: nenhuma das três cobranças anteriores frente ao Fortaleza foram convertidas pelos adversários.
Monotonia e organização
O Fortaleza iniciou muito lento. Teve a posse de bola (56% x 44%) e ocupou bem o campo ofensivo com arremates, mas apresentou dificuldade para quebras as linhas de um Santos reserva e fora de casa.
A presença de Vázquez ao lado de David marcou o retorno da defesa no 4-4-2, assim como as investidas alternavam o esquema também para 4-3-3.
Os pontos refletem as alternativas, mas é preciso compreender ainda as formas como foi atacado. A equipe conseguiu ser mais compacta e travar melhor os contra-ataques, apesar da necessidade de evolução no quesito aéreo: assim o Peixe mais assustou.
Ritmo e vibração
O panorama travado do primeiro tempo se tornou movimento na volta do intervalo. E a mudança deve ser exaltada pelo trabalho no vestiário. O mesmo grupo, nova postura.
O esboço do triunfo veio no pênalti sofrido por Osvaldo. Na batida, Juninho abriu o caminho da vitória e do momento de apogeu: 1 a 0. O placar logo na saída trouxe alívio para seguir a crescente.
Assim, o Fortaleza foi dominante como a muito tempo não ficava. Independente do nível do rival, se impor em casa e ser dominante é uma máxima que atravessa o ‘DNA’ da instituição na Arena Castelão e precisava ser retomado.
O resultado obtido, já positivo, foi ampliado aos 20. Agora com Wellington Paulista, que entrou no decorrer do jogo e marcou de cobertura após assistência de Yuri César.
Mais opções
A leitura de Enderson surtiu efeito e foi coroada nas mexidas. A dupla de atacantes entrou e entregou ofensivamente. De um time sem centroavante e com meia armador, o técnico escolheu o camisa 9 e trouxe Yuri para armação.
Os padrões devem ser mantidos, a depender do perfil do oponente, e se configuram como sobressalto dos limites do elenco. O grupo é reduzido, mas o novo técnico teve pela primeira vez todas as peças e conseguiu dar nova cara ao plantel, sem repetir fórmulas.
Agora é compreender a final estendida do Brasileirão. Não é um jogo, mas sete, e todos são importantes. O caminhar envolve: Atlético/GO (F), Atlético/MG (F), Coritiba (C), Vasco (C), Palmeiras (F), Bahia (C) e Fluminense (F).