Hoje me encontro em mais uma cidade brasileira, Belo Horizonte, e não é por acaso que tem este nome, sua vista é bela e inspiradora. Estou aqui para jogar playoffs/finais do NBB (competição da Liga Nacional de basquete), com disputa de melhor de três jogos até a final do campeonato, quando a disputa acontece em melhor de cinco jogos.
Estou completamente apaixonado pela Capital das Alterosas, conhecida também como BH. Desta vez, me encontro aqui nestes tempos sombrios de pandemia e crise. Os governantes da capital mineira, de forma sensata, fecharam o comércio para tentar controlar a disseminação do vírus da Covid-19.
Ao caminhar pela cidade, que faz parte da minha rotina de exercícios, me impressiono e contemplo a geografia urbana com subidas e descidas, o que me dá inspiração para seguir o meu trabalho com o espírito voltado para conquistas.
Podemos comparar o esporte com a estrutura geológica de Beagá, há os clássicos altos e baixos.
Belo Horizonte conta com um urbanismo verde, composto por praças públicas e museus que nos remetem a cidades europeias.
BH fica a 400 metros acima do nível do mar, incrustada entre morros. A cidade hoje se estende a uma grande metrópole, com muitos bairros, quase cidades, espalhados por sua periferia, com muitos habitantes que também guardam um jeitinho gentil de ser pelo belo horizonte.
A hospitalidade mineira é ímpar, recebem e tratam seus visitantes muito bem, sempre regado ao seu delicioso café, acompanhado por quitutes da rica e farta culinária mineira. O jeito mineiro de se comunicar soa como música boa nos meus ouvidos, e combina muito bem com o clima ameno daqui.
Minas é berço de grandes talentos do esporte e das artes, tais como: Pelé, Selton Mello, Zacarias dos Trapalhões, Vladimir Brichta, Lygia Clark, além de outros artistas que migraram para cá e se amineiraram, como o meu xará, artista plástico nascido em Friburgo, no Rio de Janeiro, Alberto Guignard, que retratou as pitorescas cenas de Ouro Preto através de seu pincel repleto de cores.
No treino que dei por esses dias no ginásio do Minas Tênis Clube, mesmo com o clube estando fechado devido à pandemia, cada funcionário nos recepcionou com uma saudação simpática e com um largo sorriso em seus rostos, nos guiaram até a quadra central, onde mais de dez funcionários trabalhavam.
Um ajeitava a tabela, o outro limpava a quadra, outro arrumava as cadeiras, cada um executava sua tarefa, um ótimo trabalho em equipe.
O bairro da Pampulha, em Belo Horizonte, abriga uma das obras-primas do nosso grande arquiteto Oscar Niemeyer, a Igreja da Pampulha, obra esta que fica espelhada na lagoa de mesmo nome. O reflexo traz a placidez múltipla deste nosso saudoso centenário artista. Este bairro se diferencia do centro por não ter aclives e declives. É uma região residencial, que é habitada por condomínios com casas confortáveis, onde os moradores tem uma vida boa.
O futebol é uma paixão nacional e como bons brasileiros os mineiros também são vidrados neste esporte e têm clubes de renome, como Atlético Mineiro Futebol Clube e Cruzeiro Esporte Clube. A cidade conta com um dos estádios que foi sede da Copa do Mundo do Brasil em 2014, o Mineirão.
O mineiro de Belo Horizonte não sente muito a falta das praias. Sua cultura popular tradicional pulsa arte e, para expressá-la, conta com belos centros culturais, como o Palácio das Artes, onde estão o Grande Teatro, o Cine Humberto Mauro e salas de exposições; entre outros teatros menores, conta também com núcleos de artes cênicas e de fotografia. Podemos dizer que o meio em que vivemos forma a nossa sociedade, seus indivíduos e suas peculiaridades regionais.
O cuidado com o meio ambiente é representado em BH por seus bosques, montanhas e pelo verde urbano ao redor de todos os bairros centrais, o que mostra o quanto é importante termos o equilíbrio e uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza, precisamos dela para sobreviver, por isso devemos preservar as nossas remanescentes de flora e fauna, mesmo que estejamos em centros urbanos, temos que integrar a natureza e trazê-la de volta para os espaços de onde lhe tiramos e ocupamos.
A natureza humana tem que aflorar para que a natureza da fauna e da flora permaneçam vivas, assim como a cultura centenária mineira.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.