O sucesso das Olimpíadas e a expectativa para as Paralimpíadas

Com um ano de atraso, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram realizados nas duas últimas semanas e foram um tremendo sucesso, mesmo com todos os obstáculos e adaptações aos protocolos de proteção para com a saúde dos atletas e dos profissionais que trabalharam em sua organização. 

Tivemos uma aula de como se faz um evento perfeito neste novo tempo, com uma nova forma de viver. A preocupação com cada detalhe, tanto em relação às pessoas, quanto ao nosso meio ambiente, foi exemplar, até porque, para evitarmos novas pandemias e suas variantes, precisamos frear a destruição do nosso planeta e viver de maneira sustentável.

E nos Jogos de Tóquio foi assim que aconteceu, cada detalhe foi pensado e escolhido a dedo, como as mais de 1000 medalhas que foram fabricadas com metal reciclado de lixo eletrônico, cama construídas com papelão e plástico reciclado, assim como o pódio, que foi feito de plástico reciclado de coleta seletiva e do oceano.

O esporte é um símbolo de amor que, nestes Jogos, foi expressado em abundância, com cenas marcantes de solidariedade e espírito de união entre os atletas, com apoio entre eles. Independentemente dos resultados e de sua performance, o pódio não ficou limitado a 3 campeões, mas sim a todos que participaram e se dedicaram. 

A dificuldade enfrentada pelos atletas de se preparar e treinar em 2020, com o isolamento da população mundial, fizeram com que se reinventassem. Usaram o corpo e a mente como ferramenta de preparo para Tóquio, mesmo em casa, ou em local atípico adaptado para seguir a preparação para competir em 2021.

A partir do dia 24, começam os Jogos Paralímpicos, que também prometem grandes emoções. Para os atletas paralímpicos, não há limites ou limitações, os seus sentidos são bem apurados e eles competem de forma espetacular em esportes que favorecem a sua habilidade física ou mental. 

Uma das modalidades é o futebol de 7, que é disputada por deficientes visuais e jogada com uma bola que tem um guizo sonoro. A percepção e os sentidos apurados são características que portadores de deficiência têm e que lhes permite ter uma vida plena.

As modalidades que têm a maior participação de atletas brasileiros e que têm mais chances de ganhar medalhas são o atletismo e a natação. Como um dos exemplos de atletas paralímpicos, temos o velocista paraibano Petrúcio Ferreira, que é recordista mundial dos 100m, com 10s42, da classe T47 (amputados de braço), conquistado no mundial de atletismo de Dubai, em 2019. 

O maior medalhista brasileiro, como você já deve saber, é Daniel Dias, da natação, com um total de 24 medalhas, conquistadas nos jogos de 2008, 2012 e 2016. Além do atletismo e da natação, que são os esportes que mais distribuem medalhas, o judoca Antônio Tenório se destaca entre os brazucas, conquistou seis medalhas entre 1996-2016.

A percepção apurada e os sentidos diversos alternados fazem com que estes atletas levem uma vida feliz, aliada à atividade física.

No último fim de semana, viajei ao lado de um deficiente visual, que estava acompanhado de seu cão guia. A união e interação entre os dois é fantástica, formam uma unidade, convivem juntos por 24h do dia há mais de 2 anos. Batemos um papo muito bacana e falamos sobre as nossas vidas e famílias.

Semana passada dei aula de basquete para adolescentes infratores, em privação de liberdade, no Centro Socioeducativo Dom Bosco, em Fortaleza, e vivenciei momentos mágicos, que só o esporte nos proporciona. Os jovens, seus monitores, acompanhantes e eu corremos, jogamos basquete e nos divertimos demais; tivemos uma tarde bem agradável de felicidade plena em quadra.

Viver é praticar atos/ações que levam a momentos felizes. Para ter alegria, cada um encontra um meio de alcançá-la, o meu é através do esporte. Ele tranquiliza a mente, eleva o espírito, traz leveza e liberdade para viver. Busco disseminar este movimento de plenitude através do esporte, principalmente no basquete, todos os dias da minha vida.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.