Reencantar, Democratizar e Reafricanizar a Unilab

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A Conferência da Diáspora Africana nas Américas nos permite refletir sobre o lugar e o papel transformador que a Unilab pode assumir no Brasil e na sua relação com o continente africano.

Entendo que a reafricanização da Unilab constitui um passo fundamental para reafirmar a sua missão institucional na educação superior. E o que significa a reafricanização da Unilab? Embora seja um debate em aberto, é possível delinear questões cruciais.

A reafricanização da Unilab requer o aprofundamento de sua internacionalização, fortalecendo parcerias e políticas acadêmicas, e criando condições para que a instituição seja protagonista na cooperação internacional e na política externa, com foco nas relações do Brasil com os países africanos de língua portuguesa.

A reafricanização da Unilab implica a construção de uma articulação acadêmica com agentes, redes e fluxos diaspóricos, considerando que impulsionam e ampliam as potencialidades e as perspectivas da educação superior.

Reafricanizar a Unilab requer reconhecer o protagonismo dos movimentos sociais afrodescendentes e de outros agentes sociais, considerando o seu papel histórico nas lutas pela equidade, reconhecimento, direitos civis e pertencimento à nação brasileira e na criação, consolidação e desenvolvimento da universidade. Assim, será possível transformar a Unilab num espaço simultâneo de resistência e celebração da africanidade, em todas as suas potências e diversidades, com impactos diretos na qualidade e excelência da educação superior que produzimos e almejamos produzir.

Considerando esses vetores, a reafricanização da Unilab é um chamado à ação, para que a instituição possa assumir integralmente o seu papel como um centro vital dos agentes, das matrizes e dos patrimônios africanos e afrodescendentes, das diásporas africanas e das relações entre o Brasil e o continente africano. Com destaque para o protagonismo de sua comunidade acadêmica, a participação proativa de parceiros e aliados e uma maior representatividade dos segmentos sociais e étnicos de africano(a)s e afrodescendentes, na condução dos destinos da Unilab.

Rosalina Tavares é professora associada da Unilab