Estamos no mês de combate ao câncer de mama. Apesar de ser uma doença conhecida, causa anseios já que ela ainda é considerada, por muitos, como um sinônimo de “morte certa” e grande parte das pessoas tem o medo de ter de passar pelo sofrimento da quimioterapia. Infelizmente estas ideias desestimulam o autoexame, a busca por consultas médicas e muitas mulheres deixam de fazer a mamografia, que é o exame de diagnóstico precoce, dificultando o tratamento e a cura.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ações integrais em saúde e as mulheres podem buscar os serviços com frequência. Porém, em razão da grande demanda, elas ainda enfrentam uma demora no acesso às consultas especializadas, na realização e obtenção dos resultados de exames, o que pode adiar o tratamento caso o diagnóstico seja positivo.
Não posso deixar de falar que o enfrentamento é possível sim e isso acontece a partir de ações primárias de saúde, fortalecimento dos vínculos entre a comunidade e os serviços, diálogo e do trabalho da atenção psicossocial. Ações preventivas de saúde que orientem a população sobre atividade física, alimentação saudável, controle de peso e a busca por consultas periódicas também reduzem os danos.
Nesse contexto, é imprescindível citar a importância de uma boa formação de profissionais médicos, com habilidades e atitudes voltadas para a promoção da saúde, com competência e responsabilidade na abordagem e na condução da assistência na atenção primária, com foco na atenção integral e universal, que saibam monitorar e apoiar seus pacientes em toda a rede de referência, com seus valores, anseios e medos, sendo reflexivos, críticos e participativos no convívio com a sociedade.
O que procuro fazer em minha atividade médica de referência em saúde da mulher e como docente no curso de medicina, é implementar atividades para formação de médicos preparados para entendimento nos diversos cenários sociais, sensíveis, com foco na medicina preventiva e no diagnóstico precoce, que possam proporcionar acessibilidade e integralidade na assistência a nossas mulheres e reduzir, assim, a incidência de câncer de mama na sociedade.
Joab Lima é médico ginecologista e coordenador do curso de medicina do Idomed Iguatu