Dentre os principais objetivos nacionais, destacam-se: defesa dos princípios democráticos; inserção do Brasil, de forma soberana, no contexto mundial; aumento persistente do nível de emprego; melhoria dos indicadores de distribuição de renda (aspecto pessoal, setorial e regional) e redução da pobreza. É claro que por trás destes objetivos interdependentes está a grande questão social, prioridade absoluta do país. Por outro lado, como desafios básicos, podem ser mencionados: boas taxas de crescimento sem jogar o País na inflação, e combinar juros baixos, melhores salários, queda do desemprego e elevação do nível de investimento, dentre os principais pontos.
Não é fácil, todavia precisa-se tentar. Seria fundamental alcançar a cooperação entre governo, sociedade civil e setores empresariais e trabalhistas. O desenvolvimento integrado e sustentável somente ocorrerá na medida em que haja uma participação responsável dos diversos segmentos da sociedade. Questões tão complexas exigem, igualmente, tratamento complexo. A persecução da estabilidade macroeconômica é vital para que a retomada do desenvolvimento econômico seja eficaz, pois de outra forma não haveria tranquilidade para repensar a atuação do Estado nas áreas que lhe são pertinentes. Em tempos de globalização econômica, e de seus poderosos efeitos, positivos e negativos, a premência por resultados não pode ser desconsiderada. Sem desenvolvimento econômico, não há de que se falar em geração de renda ou de empregos e nem de melhorias que repercutam significativamente na vida do cidadão, seja quanto à educação, à saúde ou a quaisquer outros temas que o afetam diretamente.
Assim é que os serviços sociais básicos de responsabilidade pública devem sofrer profunda reestruturação, a fim de focar sua atuação em áreas em que sua presença seja absolutamente necessária. Nada do que foi dito e do que porventura esteja sendo- ou venha a ser- adotado pelo governo federal, como solução, pode ter resultados concretos, voltamos a repetir, sem o envolvimento de toda a sociedade brasileira. Deseja-se que o engajamento se dê de forma crítica e atuante, garantindo a transformação de nossa realidade e a preservação dos princípios democráticos e constitucionais. Ao Brasil será impossível destacar-se em meio às economias do 1º mundo, se mantidas a miséria e a exclusão social de que hoje somos testemunhas. O papa Paulo VI disse certa vez: “O desenvolvimento é o novo nome da paz”. Dessa forma, estaremos, todos, participando de transformações há muito esperadas, respeitando-se o regime democrático, a liberdade e a justiça.
Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC