A urgência da retomada verde

A pandemia realçou as linhas de vulnerabilidade, desde o desemprego em massa até as diferenças socioeconômicas. Cadeias de fornecimento e a estabilidade econômica de vários setores, como o de combustíveis fósseis, foram muito afetadas. Ficou clara a urgência de termos sociedades mais resilientes, até como resposta efetiva à crise climática, que ainda é a maior ameaça deste século.

As renováveis mostram o caminho para o desenvolvimento socioeconômico, com criação e manutenção de empregos. Segundo estudo da Universidade de Chicago, 42% das demissões durante a pandemia irão resultar em perdas de empregos permanentes. Já a Agência Internacional de Energia estima que as renováveis podem gerar nove milhões de empregos por ano.

Conforme a Agência Internacional de Energia Renovável, só a eólica emprega hoje 1,2 milhão de pessoas, 19 mil delas no Brasil. E há potencial para mais. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, renováveis atingiram 46,1% da matriz energética em 2019, 0,6% a mais em relação a 2018. A estimativa do governo é que elas representem 48% da matriz até 2029. A energia eólica passaria de mais de 9% para 16% (de 15.6 GW a 40 GW de capacidade instalada).

A Vestas, que atingiu 5.5 GW instalados ou em construção no Brasil, trabalha para seguir contribuindo para essa meta. É impossível haver recuperação econômica sem políticas de desenvolvimento sustentável.

No Brasil, tais medidas devem ser amparadas por uma sólida e ampla regulamentação que dê espaço para inovações. A descarbonização da economia por meio da eletrificação de diversos setores e a competitividade de custos são outros desafios a serem superados. A retomada e consequente crescimento econômico, criação de empregos e uma resposta para a crise climática são questões urgentes. Matrizes energéticas com base em renováveis trazem as respostas para todas elas.

Eric Gomes
Diretor de Vendas