A presença de Deus

À medida que se aproximam as festividades do Natal, no contexto da troca de presentes, num mundo consumista e materialista como o nosso, que se leve em conta uns questionamentos: Qual é a melhor proposta de presente, neste Natal e neste Ano Novo? O que posso oferecer para edificar o mundo, num gesto de expressão da grandeza de alma e coração? É mister imaginar o que seja indispensável, numa consciência daquilo que é melhor e mais precioso, como presente a ser colocado nas mãos das pessoas de boa vontade, amigos e amigas com os quais convivemos, estimando-os e amando-os.

É importante considerar, neste tempo de pandemia, que as pessoas vivem no isolamento, ou reclusas, mas com a certeza de que elas pedem para ser escutadas, querendo nossa presença, além de um pouco do nosso tempo e da nossa própria vida. Precisamos nos convencer de que a presença de nossa vida vale mais do que prata e ouro, traduzindo-se em serenidade, harmonia, bem-estar e paz, num bem inigualável, o qual ninguém irá excluí-lo e jamais se extinguirá. Que isso se manifeste numa sincera, terna e afável afeição, demonstração de benquerença, sinal vivo da verdadeira esperança cristã.

Todos os seguidores de Jesus de Nazaré, revestidos da força do alto, como imagem e semelhança de Deus, são continuamente convidados à comunhão divina, concreta, numa multidão de anônimos, silenciados no nosso mundo, mas que na nossa indiferença se ouve um clamor por uma vida de esperança, ânimo e coragem.

Pensemos naquele anônimo que caminhou para Emaús e, a partir dele, surgiu o mais elevado e qualificado diálogo com nossos semelhantes. Urge, pois, com a presença de Jesus entre nós, aprender sempre, cada vez mais, a exercitar um olhar de compreensão e de misericórdia, diante do enorme abismo em que se encontra o mundo, ao se distanciar da presença do Verbo de Deus, que entrou na vida humana e quer se estabelecer entre nós. Assim seja!

Geovane Saraiva

Padre