A endometriose tem tratamento

A endometriose é uma condição muito frequente e que interfere diretamente na fertilidade da mulher. E dentro da endometriose, existe um capítulo que é o endometrioma, um comprometimento no ovário causado pela endometriose. As mulheres afetadas com esse prognóstico têm uma reserva ovariana reduzida e até então, pelo menos aqui no Estado do Ceará, o único tratamento oferecido para o endometrioma era a cirurgia.

O procedimento tem seu papel e continua sendo extremamente necessário em diversas situações, mas ela é mais lesiva para o ovário. A aplicação da técnica de alcoolização para o tratamento do endometrioma é uma alternativa para a cirurgia e tem como intuito aumentar ou mesmo dar mais chances para a paciente com endometriose.

A técnica é guiada por imagem, a ultrassonografia, que é um método sem radiação e nenhum efeito colateral. Então, através da radiologia intervencionista e em parceria com uma equipe multidisciplinar, passamos a atender pacientes de forma que podemos assegurar que não haja uma redução da reserva ovariana e da fertilidade daquela paciente. Com esse tratamento, a gente consegue trazer melhores resultados.

Com a paciente sobre sedação, é introduzido uma agulha ou um cateter fino no ovário comprometido da paciente e depois é aspirado aquele conteúdo líquido tóxico dentro do ovário. Na sequência, é injetado álcool 96%. A função desse álcool é destruir as células dessa cavidade cística que estava promovendo todo esse ambiente inflamatório. A ideia é tentar preservar o máximo possível de córtex ovariano, pois o número de óvulos é um fator prognóstico extremamente importante para a vida reprodutiva daquela paciente.

Depois de inserido o álcool, aguardamos entre 10 a 20 minutos e o retiramos. Através dessa técnica, que é minimamente invasiva à mulher, ela pode retomar suas atividades já no dia seguinte. O procedimento ajuda as mulheres com endometriose que sonham com a maternidade.

Dr. Eduardo Lima é radiologista intervencionista da Sollirium Health Group