A comemoração do Dia do Trabalho remonta ao 1o de maio de 1886, quando uma greve iniciada em Chicago, nos EUA, buscou melhorar as condições de atividade dos operários. Estes desempenhavam uma extenuante jornada diária de 17 horas e reivindicavam sua redução para oito horas. O fato desencadeou uma série de protestos seguidos naquela cidade norte-americana, como o da Haymarket Square, três dias depois, quando 4 civis e 7 policiais foram mortos, com 130 feridos e mais de cem manifestantes presos.
A partir daí, outras lutas inspiradas naquele fato se espalharam pelo mundo, buscando o reconhecimento e a valorização da dignidade dos trabalhadores. Em diversos países, uma série de melhorias conquistadas pelo operariado foram enfeixados em códigos, como a nossa Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), bastante desfigurada no presente, em relação às vitórias anteriores. Também integram textos de muitas constituições.
No Brasil, o Dia do Trabalho, hoje data celebrada internacionalmente na maior parte do mundo, somente foi declarado feriado em 1925, pelo presidente Artur Bernardes. Resultou das lutas protagonizadas por imigrantes europeus aqui chegados anos antes, com esses ideais, e que redundariam, em 1917, numa greve geral, advinda da mobilização da classe operária.
Nos EUA, o Congresso somente aprovaria a redução da jornada de trabalho para 8 horas em 1890 e até hoje, no país, o Dia do Trabalho é comemorado apenas na primeira segunda-feira de setembro, supostamente para evitar a associação com o movimento socialista, de alguma relevância no país no final do século XIX.
No Brasil, a taxa de desocupação, de 14,2% (2020), diminuiu para 11,1% (2021), com um contingente de 12 milhões de desempregados em 2021, conforme dados do IBGE. O número altíssimo resulta de fatores como as crises internacionais, a pandemia, o crescimento da população economicamente ativa, a automatização da mão de obra e a falta de qualificação de muitas dessas pessoas. São desafios a serem vencidos para que se restabeleça a dignidade do trabalho a tantos indivíduos que necessitam manter suas famílias.
Gilson Barbosa é jornalista