A COP 30 precisa das mulheres

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem mais de 4 décadas de militância pelo meio ambiente e representa hoje, para todo o mundo, a disposição do Brasil de combater de forma efetiva as mudanças climáticas.

A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, é uma voz poderosa na defesa da reformulação do FMI e do Banco Mundial. Ela defende que as duas instituições assumam a liderança na captação de mais de US$ 1 trilhão por ano para apoiar as metas climáticas dos países em desenvolvimento.

A queniana Wangari Maathai foi a primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz e fundou o Green Belt Movement, uma organização não governamental voltada à conservação ambiental e aos direitos das mulheres. 

Três mulheres, três lideranças comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Precisamos de mais Marinas, Mias e Wangaris que se empenhem na transição energética e na preservação do meio ambiente: Segundo um estudo da ONU, o risco de morte de mulheres em catástrofes ambientais é 14 vezes maior do que o dos homens.

Em 2020, o Instituto Alziras, que atua para ampliar e fortalecer a participação de mulheres em sua diversidade na política brasileira, divulgou um estudo mostrando que apenas 11,7% das cidades brasileiras tinham mulheres como prefeitas. Embora representem 51% da população, as mulheres governavam, até 2020, menos de 12% dos municípios que correspondem a 3% da população brasileira. 

Mas a pesquisa também mostra que 92% das prefeitas eleitas priorizam políticas públicas voltadas para a saúde e a educação, fundamentais para atender às necessidades básicas dos cidadãos. Este indicador é um importante sinal do comprometimento das mulheres com os problemas coletivos quando elas entram na política. 

Em 2025, precisamos desse comprometimento com o  coletivo que é tão característico de nós, mulheres! O Brasil vai sediar a COP 30, com a participação de representantes de 197 países, e uma das principais metas do encontro deve ser a de reduzir imediatamente as emissões de gases do efeito estufa que vem sendo adiada pelo planeta. 

Até lá, as mulheres brasileiras precisam se articular mais para garantir uma participação massiva na conferência e que demonstre ao planeta que estamos trabalhando por um futuro melhor e mais seguro para toda a humanidade.

Augusta Brito é senadora