Por que o aluguel nos bairros de Fátima e Joaquim Távora, em Fortaleza, dispararam em 2024? Veja maiores reajustes
Em 2024, a média geral de aumento no acumulado do ano passado foi de 14,68%

Os bairros Fátima e Joaquim Távora lideraram a alta dos aluguéis em Fortaleza em 2024, com aumentos de 35,1% e 30,9%, respectivamente. Os dados constam no Índice FipeZap, divulgado nesta terça-feira (14).
Nos bairros em questão, o metro quadrado (m²) passou a custar R$ 26,7 e R$ 21,5.
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Já a média geral de reajuste no acumulado do ano passado foi de 14,68%, em Fortaleza. Somente no mês de dezembro último, o aumento foi de 0,73%.
Na Capital cearense, o bairro com o metro quadrado mais caro é o Mucuripe (R$ 45,5), seguido do Meireles.
No Brasil, o Índice FipeZAP registrou alta de 13,50% no aluguel em 2024.
Por que esses bairros ficaram mais caros em Fortaleza
Para o economista e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Ricardo Coimbra, a proximidade com a área nobre e o Centro da Cidade favoreceram o crescimento e a valorização dos Bairros de Fátima e Joaquim Távora.
Além disso, aponta, o desequilíbrio entre demanda e oferta pode ter influenciado no aumento do custo da moradia das regiões em questão.
"Isso foi provocado, em parte, pelo período da pandemia, quando os projetos de investimento e de construção de novos imóveis foram menores em função da incerteza e da instabilidade. Houve uma diminuição do ritmo de oferta de forma geral, e as construtoras passaram a tentar vender os seus projetos antes de relançarem novos”, avaliou.
"Assim, uma demanda maior acabou potencializando os valores dos imóveis. Acredito que esse cenário também esteja relacionado ao fato de a região apresentar imóveis de maior valor e estar próxima ao Centro, um eixo extremamente positivo, mas com um volume de oferta menor do que a demanda”, reforçou.
Bairrismo e demanda reprimida de imóveis ajudam na alta
Sobre a alta dos aluguéis nesses bairros, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará, Patriolino Dias, afirma que ocorre por conta do perfil de quem quer morar no local e a oferta de imóveis não tão alta.
"É impressionante como as pessoas são bairristas. O pessoal que vem do bairro de Fátima, nasceu em casas ali, eles querem morar lá. Por isso se vê prédios de R$ 1,5 milhão ou até quase R$ 2 milhões, lançados no bairro Fátima.
Patriolino ainda destaca outros dois bairros com as mesmas características. São eles Parquelândia e Guararapes.
"Na Parquelândia, ninguém quer sair. Então tudo o que é lançado é vendido rápido".
Sobre o bairro Guararapes, local que o presidente do Sinduscon-CE também aponta com as mesmas características de altas expressivas nos aluguéis, ele afirma que lançamentos estão sendo feitos para reduzir a demanda reprimida.
Ele explica que havia um segmento de produtos que estava faltando no mercado. "Temos a base da pirâmide com o começo da classe média e na outra ponta os super-ricos, com imóveis a partir de 400 metros quadrados e mais de R$ 6 milhões. Mas, imóveis de 200 metros quadrados, não se tinha lançamentos há 5, 6 anos. Esse é aquele imóvel, para médico, juiz, empresário que não é milionário que estava faltando".
Com essas características, Patriolino aponta um lançamento no Guararapes que já vendeu 60% em 8 meses. "E quando a gente puxa o histórico, das 33 pessoas que compraram nesse empreendimento, apenas uma não mora no bairro. O que mostra, novamente, o perfil bairrista do fortalezense".
3 dicas para evitar surpresas no reajuste do aluguel
- Amplie o leque de opções de imóveis, considerando características e localizações alternativas àquelas inicialmente desejadas;
- Acompanhe as tendências do mercado imobiliário local, identificando períodos de alta demanda que podem influenciar a negociação com o proprietário;
- Analise os contratos de locação vigentes, com o objetivo de negociar reajustes do valor dos aluguéis com base em índices que apresentaram menor variação nos últimos períodos.
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