Mourão diz que crise hídrica pode causar 'algum racionamento' de energia no Brasil

A falta de chuvas deixou os reservatórios das hidrelétricas do país no pior nível em 91 anos

Escrito por Ricardo Della Coletta/Folhapress ,
Hamilton Mourão
Legenda: Agravamento da seca nos reservatórios motivou a crianção da bandeira "Escassez Hídrica", que custará R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos
Foto: Agência Brasil

Após o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pedir que brasileiros economizem energia e água, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, nesta quarta-feira (1º), que poder ser que o Brasil tenha "algum racionamento" de energia. As declarações dos membros do governo federal foram motivadas pela crise hídrica, que causou baixa nos reservatórios nacionais. 

"Olha, o que eu tenho acompanhado é que o governo tomou as medidas necessárias. Criou uma comissão para acompanhar e tomar as decisões a tempo e a hora no sentido de impedir que ocorra isso aí que você colocou [apagão ou racionamento], que haja apagão. Agora, pode ser que tenha que ocorrer algum racionamento, o próprio ministro [Bento] falou isso", disse Mourão.

A falta de chuvas deixou os reservatórios das hidrelétricas no pior nível em 91 anos e tem forçado o governo a tomar medidas para tentar afastar o risco de racionamento de energia. No pronunciamento de terça-feira (31), Bento afirmou que o período de chuvas na região Sul foi pior que o esperado. 

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Ele informou que essa perda de geração hidrelétrica equivale a todo o consumo de energia de uma grande cidade como o Rio de Janeiro por cerca de cinco meses. Em junho, em outro pronunciamento, o ministro já havia pedido que a população poupasse energia e água para enfrentar a crise hídrica.

Também na terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel) anunciou uma medida que vai elevar o custo da conta de luz. Foi criada uma nova bandeira tarifária para fazer frente ao aumento dos custos decorrente do agravamento da crise hídrica. Chamada de "Escassez Hídrica", a nova bandeira custará R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) e vigora a partir desta quarta-feira (1°) até abril de 2022.

O Ministério de Minas e Energia evita a criação de um programa de racionamento, algo compulsório. Na semana passada, Bento anunciou um plano de descontos na conta de luz aos consumidores do ambiente regulado (residencial e empresarial) que, voluntariamente, economizassem energia em horários de pico.

Nesta quarta, Mourão ainda minimizou o impacto da alta de luz nos índices de inflação. "Não vejo dessa forma. Os fatores que volta e meia fazem a inflação aumentar ou até diminuir são sazonais. Esse é um dos fatores sazonais. Os setores do governo encarregados do assunto estão trabalhando juntos nisso aí e acompanhando diuturnamente o que está acontecendo, e as medidas que devem ser necessárias e tomadas".

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