Quase dois anos após a decolagem do último voo da Capital cearense aos Estados Unidos, o Aeroporto de Fortaleza deverá voltar a ter ligações diretas a Miami a partir de novembro, prevê a Gol Linhas Aéreas. A companhia ainda confirmou à reportagem a programação de retorno dos voos a Orlando (EUA) e a Buenos Aires (Argentina) a partir da Capital em janeiro de 2022.
Os voos para os dois destinos nos Estados Unidos já estão à venda no site da companhia, que pondera que o planejamento pode sofrer alterações nas próximas semanas devido à evolução da pandemia e a reabertura de fronteiras. Atualmente, passageiros que estiveram no Brasil nos últimos 14 dias não estão autorizados a entrar em território norte-americano.
Apesar de os brasileiros continuarem com entrada barrada em dezenas de países, o avanço da vacinação e a recente abertura da Suíça aos turistas que estiverem totalmente vacinados podem indicar o início de uma flexibilização das fronteiras. De olho nessa possibilidade, as companhias aéreas já começaram a vender bilhetes para a alta estação.
No site da Gol Linhas Aéreas, a venda de voos diretos de Fortaleza a Miami estão disponíveis a partir de novembro, com quatro frequências semanais, às segundas, quartas, sextas e domingos. E para Orlando, as opções começam a partir de 1º de janeiro, às terças, quintas e sábados.
Já a Latam, embora ainda não tenha iniciado as vendas no site, reservou horários de voos de Fortaleza a Miami a partir de outubro em sistema da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Procurada, a empresa informou que está avaliando constantemente a malha aérea no Brasil e ainda não definiu a retomada de rotas internacionais a partir de Fortaleza.
A Air France, por sua vez, já havia anunciado a previsão de retomada dos voos de Fortaleza a Paris em outubro, que também já estão à venda no site. Já a Air Europa anunciou nesta semana o retorno das operações de Salvador a Madri (Espanha) a partir de 20 de julho, mas para Fortaleza a companhia só prevê voltar a partir de dezembro, com duas frequências semanais.
Barreiras geopolíticas
O pesquisador do Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (Nectar-ITA), Alessandro Oliveira, lembra que a situação do mercado aéreo internacional depende diretamente da legislação dos países e está sujeita aos acordos bilaterais ou multilaterais sobre as condições para a entrada de viajantes.
"O que vai determinar (a retomada dos voos internacionais) é a geopolítica, a forma como o Brasil vai se inserir nessas discussões caminhando para o fim da pandemia. Com a expansão da vacinação, e diversas vacinas estão presentes aqui, o Brasil precisa de uma política inteligente para que não fique a mercê de posições isoladas", aponta.
A demanda dos consumidores pela oferta de malha aérea ao exterior é crescente, aponta Oliveira, destacando que dado o momento delicado para as companhais aéreas, elas precisam se mobilizar para sobreviver no mercado.
"Acredito que as companhias começam a vender porque estão sentindo que a demanda está ficando forte e que existem sinais de que haverá uma liberação. Mas elas jogam também, elas têm que jogar. Elas não podem ficar paradas. Empresa aérea ficar parada em plena pandemia vai falir"
Apesar dos indícios, o momento ainda é de grandes incertezas tanto para as empresas, como para o consumidor brasileiro. "As expectativas boas, mas que a gente está vivendo um momento de muita aposta, isso é bem claro".