Os investidores nordestinos aplicaram R$ 464,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, alta de 7,4% na comparação com o semestre imediatamente anterior (julho – dezembro/2022).
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (7) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Do valor aplicado pelos nordestinos, 75,4% são em investimentos híbridos. Os R$ 350,1 bilhões investidos estão em fundos multimercados, fundos imobiliários, ETFs (Exchange Traded Funds, ou fundos de investimentos em conjunto) e COEs (Certificados de Operações Estruturadas).
Com esse número, os nove estados da região somam 9% de todos os investimentos em fundos híbridos no Brasil, atrás apenas do Sudeste, detentor da maior fatia desse tipo de aplicação no País, com 23%.
Apesar do crescimento nordestino ser o segundo mais alto do país, empatado com o Sudeste, o balanço da Anbima traz destaque para o Centro-Oeste, que desde o segundo semestre de 2020, vem apresentando aumentos acima da média das demais regiões.
Entre janeiro e junho deste ano, o valor investido por pessoas físicas no Centro-Oeste saltou de R$ 257,5 bilhões para R$ 281,6 bilhões. Boa parte desse incremento vem do agronegócio, que cresce consideravelmente.
A metodologia usada pelo Anbima considera a comparação do último semestre encerrado, no caso janeiro a junho de 2023, com o penúltimo período, julho a dezembro de 2022.
Em todo o Brasil, o volume investido por pessoas físicas somou alta de 7,3%, chegando a R$ 5,37 trilhões. A principal fatia desses investimentos vem de títulos e valores mobiliários, com mais de R$ 2,7 trilhões em aplicações — mais de 50% do total.
INVESTIMENTOS “APIMENTADOS”
Mesmo em um cenário desfavorável economicamente nos últimos três anos, com pandemia e a guerra na Ucrânia, a crescente procura dos brasileiros por investimentos pode ser classificada como um ponto positivo, como avalia Ademir Correa Júnior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.
Segundo ele, nem mesmo a taxa Selic, que durante todo o primeiro semestre estava fixada em 13,75% — recentemente reduzida em 0,5 ponto percentual para 13,25% — reduziu o interesse dos investidores por aplicações mais arriscadas, com maior retorno a médio e longo prazo.
“Chegou um momento que todo mundo estava isento pensando na curva de juros, mas com a queda de 0,5 ponto percentual, deve ter uma aceleração e antecipação de papéis que possam, a médio e longo prazo, dar um retorno maior. A gente fica pensando 'ah, o pessoal vai esperar um pouco mais'. A gente vê as apostas da Bolsa apimentadas, você vê claramente esse movimento, o que é bom, porque você vê o investidor muito ligado e muito antenado”, reflete Ademir.
Os dados divulgados pela Anbima trazem a divisão entre private banking — clientes com pelo menos R$ 3 milhões em investimentos — e varejo, subdividido em alta renda e renda fixa (tradicional).
Embora ainda haja o cenário de manutenção da renda fixa como principal investimento, com 78,6% das aplicações do varejo nesta modalidade (R$ 1,82 trilhão), os clientes têm buscado mais informações sobre onde está colocando o dinheiro, correndo certos riscos, mas com rentabilidade ainda mais alta.
"O que a gente vê é esse movimento do investidor tentando capturar as curvas futuras. A parte dessa evolução que teve no portfólio (...) A gente deve observar o investidor procurando se antecipar, principalmente naquele que tem mais apetite a risco".
Principais investimentos dos nordestinos
- Fundos multimercados
- Fundos imobiliários
- ETFs (Exchange Traded Funds, ou fundos de investimentos em conjunto)
- COEs (Certificados de Operações Estruturadas)