Entidades do varejo brasileiro estiveram reunidas com o vice-presidente Geraldo Alckmin, nesta segunda-feira (23), para pedir o fim imediato da utilização de cartão de crédito em apostas online, como bets e cassinos virtuais. O grupo pede, em geral, regras mais rígidas com empresas de apostas.
Conforme o jornal O Globo, as instituições pedem que o veto ao uso de cartões de crédito para as apostas seja adiantado. "Um dos pontos é a possibilidade de antecipar essa questão dos cartões de crédito. Ele (Alckmin) se mostrou bastante sensível a essa questão. Ele vai fazer uma reunião com outros ministros durante essa semana para avaliar as alternativas possíveis para endereçar as questões apresentadas", informou Edmundo Lima, diretor da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX).
Fontes ligadas a uma empresa de bet revelaram ao Globo que a demanda deve ser atendida pelo governo federal. Ainda conforme os ouvidos pelo jornal carioca, há pedidos do adiantamento também da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Entidades já haviam lançado manifesto contrário as apostas
Na última quinta-feira (19) instituições já haviam lançado um manifesto público sobre o crescimento das apostas eletrônicas. Quinze entidades nacionais de comércio, indústria, consumo e varejo divulgaram o comunicado.
No documento, o grupo diz que vai passar a atuar de forma conjunta para promover regulamentação à comunicação publicitária e patrocínios, bem como impedir de forma imediata o uso do cartão de crédito para pagamento das apostas, o que só ocorreria em 2025 pela legislação aprovada.
Bets devem ser submetidas as mesmas regras de tabaco e bebidas alcoólicas
Os empresários pedem que as casas de apostas sejam submetidas as mesmas regras que indústrias de tabaco e bebidas alcoólicas. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, informou na última terça-feira (17), que irá pedir ajuda do Ministério da Saúde para conter a "pandemia" das apostas.
"Temos que começar a enfrentar essa questão de dependência psicológica dos jogos. Como começamos a regularização, nós vamos iniciar, depois dos quatro anos em que ninguém fez nada, desde 2018, quando foi legalizado o jogo eletrônico no Brasil, porque estamos vendo a necessidade premente de colocar ordem nisso, e de nos associarmos ao Ministério da Saúde - há muitos relatos de problemas de saúde, de dependência, que nos têm chegado - para criar as condições para que a gente possa dar amparo às famílias", disse o ministro.