Taxa de juros básica se mantém em 13,75% pelo Copom

Selic é responsável por balizar os outros empréstimos

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (22), manter a Selic a 13,75%. A taxa básica de juros é responsável por balizar todos os empréstimos. 

O Copom calibra a taxa de juros para o controle da alta de preços. Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores.

Para 2023, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O objetivo será formalmente cumprido se a inflação ficar entre 1,75% e 4,75%.

Após a determinação, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, presta um "desserviço" à população brasileira com a manutenção da taxa. 

"O Brasil é disparado a maior taxa real de juros do mundo. Então, a economia está sendo asfixiada. O comércio está sendo asfixiado em seu financiamento. Nós estamos com uma crise de crédito".
Rui Costa
Ministro da Casa Civil

"Acho que não é explicável essa posição do Banco Central de ficar irredutível a uma taxa tão exorbitante de juros. Ou o mundo inteiro está errado e só o Banco Central Brasileiro está certo", acrescentou. 

Estimativa de inflação

O boletim Focus do Banco Central detalhou que a estimativa do mercado financeiro é que a inflação este ano termine em 5,95%. Se confirmada essa projeção, este será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação.

Rui Costa questionou o motivo de Campos Neto manter "a mesma dose de remédio" para conter a inflação, e criticou a condução da política monetária dele. 

Em coletiva nesta quarta, o ministro da Casa Civil ainda relativizou a autonomia do BC ao insinuar que a autoridade estaria imune somente às ingerências do governo, mas não aos interesses do mercado financeiro. 

Costa também afirmou que "cabe" uma proposta legislativa para mudar o regime de indicações para a diretoria do BC. Segundo ele, há uma incongruência na Legislação que permite a nomeação de ex-diretores de instituições privadas, mas veda a indicação de políticos. O ministro, no entanto, disse que a discussão deve ser primeiro feita pela sociedade e pelo Congresso.