A rede cearense de supermercados São Luiz planeja abrir mais sete unidades no Estado ao longo de 2024. A ampliação foi confirmada ao Diário do Nordeste por Severino Ramalho Neto, diretor-presidente do Mercadinhos São Luiz. A marca está em processo de expansão do Mercadão, bandeira focada em produtos com descontos.
Além disso, uma unidade no formato Mercadinho São Luiz será inaugurada em Sobral até o fim do primeiro semestre - será o primeiro supermercado da marca na cidade. Outras duas filiais do modelo tradicional serão abertas na Região Metropolitana de Fortaleza: uma no Porto das Dunas, em Aquiraz, e outra no Eusébio.
Já em relação ao 'Mercadão', devem ser inauguradas três unidades em Fortaleza, na avenida Rui Barbosa e nos bairros Castelão e Mondubim. Outra unidade da bandeira será instalada em Caucaia, provavelmente no fim do ano.
Segundo Severino Ramalho Neto, cada loja deve gerar cerca de 100 empregos diretos. Com todas as novas unidades, portanto, devem ser efetivadas aproximadamente 700 contratações. O diretor-presidente aponta que todas as novas lojas estão com contrato fechado e em processo de implementação.
Severino ressalta que a ampliação da rede vem sendo planejada e estrutura há algum tempo. Em 2023, a empresa triplicou a capacidade de operação do centro de distribuição, com investimento de R$ 20 milhões, para viabilizar as novas filiais.
Para os próximos anos, um dos objetivos é fortalecer a presença no interior do Estado.
Uma das lojas já em operação em Juazeiro do Norte deve ser expandida ainda neste ano. A cidade também deve receber uma loja do modelo Mercadão em 2025.
“Precisamos consolidar a presença nos dois polos [do Estado], sul e norte, e a partir daí começar a abastecer cidades entre esses dois polos. Nós estamos 'namorando' com Sobral há algum tempo. A gente é muito pé no chão, então acredito que antes de ir para outra cidade do Interior, nós devemos abrir outro Mercadão em Sobral, que nesse momento vai ser mercadinho”, aponta Severino.
Expansão do modelo 'Mercadão'
A expansão acelerada da bandeira Mercadão vai ao encontro da consolidação das lojas do tipo 'atacarejo' no Ceará. O grupo Carrefour, por exemplo, vai encerrar a operação da marca de supermercados Carrefour no Estado, convertendo as unidades nas bandeiras atacarejo Sam's e Atacadão.
A expansão desse tipo de negócio é um fenômeno presente em todo o Brasil, segundo Cláudia Buhamra Romero, professora da Universidade Federal do Ceara (UFC) e doutora em Administração de Empresas.
“É um modelo vantajoso para o logista, porque é como se fizesse da sua área de venda, a área de estoque. Não precisa se preocupar em organizar, em design de prateleiras. Para o consumidor final, também tem muita vantagem porque essa simplicidade de loja leva a queda de preço”, explica. Outro fator que leva ao crescimento dos atacarejos é o crescimento do número de microempreendedores, que não tem tamanho suficiente para comprar nos grandes distribuidores.
Segundo Severino Ramalho Neto, o São Luís aposta na alta penetrabilidade da modalidade de lojas com descontos para a expansão do Mercadão. “A gente tem investido para atingir Fortaleza como um todo. Estamos muito pesados no lado leste de Fortaleza e estamos saindo para outros bairros também com perfil de loja de desconto”, projeta.
O objetivo é que, nos próximos anos, o faturamento da rede seja dividido igualmente entre as lojas do modelo mercadinho e do modelo mercadão. Atualmente, 80% corresponde aos mercadinhos.
Concomitantemente, a empresa deve aproveitar as oportunidades de crescimento dos mercadinhos. A consolidação da rede é motivada pela relação construída com os consumidores, segundo o diretor-presidente. “Daqui a três anos, vamos fazer 100 anos, estamos trabalhando muito para chegar nesse momento. Um dos motivos é a maturidade de como agir com o cliente. Estamos conseguindo botar a indústria em sintonia com o cliente, com um mix diferenciado de produtos, e estamos nadando nessa onda”, aponta o diretor-presidente.
Cláudia Buhamra Romero destaca ainda que o São Luís mantém clientes fidelizados pelo investimento na área de alimentação de produção própria, ambientes de experimentação e produtos saudáveis. “Não podemos dizer que o preço não é relevante para a compra. Agora, quando você tem uma soma de fatores, como serviço, atendimento, ambiência de loja, localização, às vezes o consumidor vê valor nessas variáveis e está mais disposto a pagar mais pelo produto”, aponta a economista.