Apesar do sucesso absoluto do Pix, os boletos seguem em destaque entre os meios de pagamentos utilizados no País. Segundo o Banco Central (BC), em abril, foram 350,3 milhões de pagamentos realizados através de boleto, o segundo maior volume por meio, atrás apenas do próprio Pix (1,9 bilhão de transações).
Diante dessa notoriedade, os boletos continuam sendo alvo recorrente de golpes, que alteram código de barras, dados do emitente, e que até ameaçam a sujar o nome das vítimas.
O contador e especialista em assuntos financeiros, Marcos Sá, explica que geralmente os golpistas conseguem acessar informações verídicas de clientes, como CPF, e-mail, telefone e o valor devido.
A partir disso, entram em contato com propostas vantajosas de desconto caso o pagamento seja antecipado, por exemplo. "Eles tornam a coisa atrativa para quem escuta cair no golpe", afirma.
Como evitar
Dessa forma, alguns dos cuidados antes de efetuar o pagamento é verificar se o emitente do documento é a empresa devida, seja a companhia de água e esgoto, energia elétrica, telefone, banco, entre outros.
Entre as informações que podem denunciar a fraude estão o CPF ou CNPJ do emitente, além do nome completo ou razão social do cobrador.
Além de confirmar esses dados no próprio boleto, o especialista orienta que, ao escanear o código de barras para pagamento através de aplicativos de bancos, os clientes devem verificar se as informações que aparecem na tela são as mesmas do documento.
Em casos de pagamento em lotéricas, por exemplo, Sá ressalta que vale pedir para o atendente realizar essa conferência.
"É um golpe muito difundido e a única forma de se proteger é verificar se o emitente é quem você, de fato, deve", acrescenta.
Débito Direto Autorizado
Aos que costumam pagar por meio de aplicativos e internet banking, existe um recurso chamado Débito Direto Autorizado (DDA). Com ele, é possível realizar pagamentos com seu CPF registrado no próprio boleto, sem a necessidade de utilizar códigos de barras.
Essa é uma das armas para não correr o risco com boletos falsos, pois caso seu CPF não esteja no impresso ou no digital, o DDA logo apontará.
O registro no DDA pode ser realizado no banco e o cadastro deve ser efetivado como 'pagador eletrônico'. A menos que esteja pagando uma fatura no nome de outra pessoa ou instituição, todos os boletos terão seu CPF registrado, diminuindo os casos de fraudes.
Além disso, os mesmos cuidados devem ser mantidos ao receber cobranças via WhatsApp ou e-mail. Golpistas costumam se passar por vendedores, em nome de alguma instituição conceituada, oferecendo serviços e liberando pagamentos falsos.
Antes de realizar a compra ou qualquer acordo financeiro, é importante entrar em contato com a própria empresa para se certificar da veracidade da venda.
Sobre o acesso aos dados dos consumidores, Sá acredita que acontece através de vazamento indevido dessas informações, proporcionando o acesso privilegiado.