O modelo de atacarejo é atrativo para compras em quantidade e, sobretudo, por preços mais baixos. No Grande Fortaleza, os produtos vendidos nesses estabelecimentos são, em média, 10% mais baratos que os encontrados em supermercados. O dado é de uma pesquisa do InfoMarket, especialista em monitoramento e precificação, encomendada pelo Diário do Nordeste.
O preço médio dos itens analisados em atacarejos no Estado é de R$ 12,41. Já nos supermercados, o preço médio registrado foi de R$ 13,59. O levantamento considerou 941 produtos, de diversas categorias, entre carnes, laticínios, mercearia, bebidas e itens de higiene e limpeza.
Foram analisados os preços de 27 estabelecimentos da Região Metropolitana de Fortaleza, sendo dois grandes atacarejos e 25 supermercados. Na lista, estão 24 pontos da Capital, dois supermercados de Maranguape e um de Maracanaú.
O levantamento registrou uma variação de até 158% nos preços. Esse foi o caso do mamão hawai, que foi encontrado a R$ 4,95 em um atacarejo e a R$ 12,76 em um supermercado - variação de R$ 7,81 por kg.
No segmento de mercearia, o arroz integral tem variação de 21%, vendido a R$ 5,99 no atacarejo e R$ 7,26 em supermercado. Já o feijão pode ser encontrado de R$ 6,39 a R$ 7,67, com variação de R$ 20%.
Produtos de higiene também registraram uma grande disparidade de preços. Um mesmo sabonete em barra foi encontrado a R$ 3,99 no atacarejo e a R$ 8,09 no supermercado. Os preços de papel higiênico registraram variação de 4 a 46%. E um mesmo desodorante é vendido de R$ 9,9 a R$ 13,19.
Veja variação de preços
Consolidação do modelo de atacarejo
A variação de preços é motivada pela diferença de estrutura física e quantidade de itens vendidos nos dois estilos de estabelecimento, conforme explica o professor universitário Randal Mesquita, especialista em varejo e serviços.
Enquanto os supermercados apostam em diversidade de produtos e uma experiência de compra confortável, os atacarejos investem nas vendas em grande escala.
O modelo de atacado também trouxe como diferencial a possibilidade de parcelamento no cartão de crédito e descontos progressivos, entrando na preferência dos consumidores, segundo o professor.
Considerando o setor de varejo de alimentos no Brasil, o atacarejo é o modelo de negócio que mais cresce. Sobretudo do período de pandemia para cá, onde houve uma grande tração das compras relacionadas ao consumo doméstico"
O especialista aponta que, reconhecendo o potencial do atacarejo, as indústrias criam campanhas específicas para esses estabelecimentos. "Normalmente os itens que sofrem uma maior influência de preço de acordo com o modelo de negócio são itens mais sofisticados. O próprio atacarejo eventualmente oferece itens sofisticados em menor quantidade, com preços mais competitivos", comenta.