Principal âncora do desenvolvimento industrial do Estado, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) vem passando por uma série de obras para aumentar a capacidade de movimentação de cargas e receber novas indústrias. As obras de ampliação do porto incluem, por exemplo, a construção de uma nova ponte de acesso ao terminal e de novos berços de atracação, além de uma rodovia dedicada ao transporte de placas de aço, da Companhia Siderúrgica do Ceará (CSP) para o terminal. Essas intervenções, no entanto, vinham se arrastando, com sucessivos atrasos no cronograma, mas, atualmente, já se encontram na fase final.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), as obras da segunda expansão do Porto do Pecém já apresentam 88,4% de avanço total. O novos berços de atracação (7 e 8) já foram concluídos e o berço 9 apresenta 65% da obra executada. Além disso, a nova ponte de acesso ao terminal também segue em construção, com 69% de avanço nos serviços.
"A expectativa é de concluir a segunda ponte até o final do ano, assim como a entrega do berço 9", diz o titular da Seinfra, Lúcio Gomes. O secretário diz, no entanto, que ainda há negociações com o BNDES para viabilizar recursos.
Desenvolvimento
"O Pecém, eu diria que é o centro de desenvolvimento industrial do Ceará, pensado para abrigar dois polos industriais, petroquímico e metalmecânico. Já temos a siderúrgica e hoje o governo trabalha para trazer uma refinaria privada, com negociações bem avançadas. Além disso, tem o setor de granito que está chegando ao complexo", diz o economista Alcantara Macedo.
"Mas o que nós vemos é que essa rápida evolução do Pecém não está sendo compatível com a poupança do Estado. E os recursos para essas ampliações acabam não estando disponíveis nos momentos necessários. Então tem alguns gargalos, mas não diria que é algo que venha prejudicando significativamente as empresas", completa.
Paralisação
Em setembro, o as obras de expansão do terminal portuário foram paralisadas pela segunda vez em 2017, devido a questões envolvendo o pagamento da empresa responsável pela construção da estrutura.
A interrupção da obra teria ocorrido por atraso nos pagamentos pelo governo do Estado ao consórcio Marquise/Ivaí. A ampliação do Porto seja um dos compromissos do governo do Estado com os acionistas e a diretoria da CSP. As obras também contemplam a engorda do quebra-mar. A primeira interrupção havia ocorrido em março. Atualmente, no entanto, as obras seguem em andamento.
Rodovia das placas
Para dar suporte ao escoamento das placas produzidas pela CSP, o Governo do Estado segue na fase de implantação da rodovia CE-576, conhecida como Rodovia das Placas, projetada para a movimentação de caminhões pesados entre a siderúrgica e o porto. Também com o cronograma atrasado, a obra, que está sob a responsabilidade do Departamento Estadual de Rodovias (DER), está atualmente com 66% de execução.
O trecho Porto do Pecém (entroncamento da CE-155) terá ao final das obras oito quilômetros. O aporte financeiro é de aproximadamente R$15,93 milhões. O projeto da rodovia faz parte do Programa Viário de Integração e Logística - Ceará IV, que recebe recursos do Estado, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Com a entrega das obras, o pleno funcionamento da CSP e a parceria com o Porto de Roterdã, prevista para março, a expectativa do governo é de que o movimento de cargas no terminal portuário do Pecém aumente em até cinco vezes, colocando o porto cearense em posição de destaque no cenário portuário internacional.
Leia ainda: