Cinturão das Águas concluído em 70%

Escrito por Redação ,
Legenda: Obra é considerada vital para o abastecimento de todo o Ceará, mas pode atrasar mais por causa do período de chuvas deste ano
Foto: Foto: Antonio Rodrigues

Dependendo da chegada das águas da transposição do São Francisco, o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), principal obra de infraestrutura hídrica do Estado, já sofreu diversos atrasos e adiamentos no cronograma. Com cerca de 70% dos trabalhos já realizados, dos 53 quilômetros mais urgentes, o cronograma ainda pode atrasar por causa das chuvas deste ano. A obra é composta por cinco eixos, dos quais três (1, 2 e 5) compõem o "Trecho Emergencial", que levará água do rio São Francisco até o açude Castanhão.

De acordo com a Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado (SRH), esses três eixos, únicos em obras atualmente, deverão ficar prontos ainda neste semestre. Entretanto, o reforço no abastecimento Estado só será possível quando as águas da transposição finalmente chegarem ao município de jati, no Sul do Estado. Hoje, o lote 1 está com cerca de 90% de conclusão, o 2 com pouco mais de 50% e o lote 5, com quase 95%. Os lotes 3 e 4, que estão parados, apresentam em torno de 20% e 5% de conclusão, respectivamente.

"Essa é uma obra vital para o Ceará, que todos os governos, independentemente de suas cores partidárias, vêm dando prioridade a isso até por um instinto de sobrevivência da população, mas os recursos estaduais são limitados e, muitas vezes, não são suficientes para que alguns projetos avancem no ritmo desejado", avalia o economista Alcantara Macedo.

"Obviamente que nós temos que priorizar o consumo humano, mas é preciso que também haja água para a agricultura, para a indústria, para os setores produtivos que geram renda para o nosso Estado".

Transposição

Iniciada em 2007, a obra da transposição estava originalmente planejada para 2012, mas 11 anos após o começo da empreitada sua data de conclusão continua incerta. Nos canteiros em Penaforte (CE) e Salgueiro (PE), o ritmo das obras segue devagar e o cronograma atrasado. Em alguns trechos, a construção está paralisada. E em outros pontos, o mato já toma conta do eixo central do canal. Com orçamento inicialmente estimado em R$ 4,5 bilhões, o valor do projeto de transposição mais do que dobrou.

"O projeto de transposição é extremamente necessário para a gente conviver com as condições climáticas do Ceará. Ela não dá plenitude de segurança hídrica para o Estado, mas garante algum volume de água em momentos críticos como este em que estamos", diz Macedo.

"No entanto, é uma obra que exige um grande volume de dinheiro e vem sendo procrastinada por diversos motivos, como foi nos últimos três anos, por conta da crise econômica, o que fez com que o Governo Federal não tenha tido condições de dar prosseguimento às obras. De todo modo, essa é uma obra que está na sua última curva, e sua conclusão é irreversível", afirma o economista.

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