A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (26) corte de 27% no seu orçamento para investimentos nos próximos cinco anos. O novo plano de negócios reduz ainda as metas de produção de petróleo e gás da companhia.
Aprovado na quarta (25) pelo conselho de administração, o plano prevê investimentos de US$ 55 bilhões (cerca de R$ 294 bilhões pela cotação atual) entre 2021 e 2025, ante os US$ 75 bilhões (R$ 400 bilhões) do plano anterior.
É o segundo corte na projeção de investimentos sob o comando de Roberto Castello Branco, nomeado para presidir a Petrobras pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em 2019, em seu primeiro plano de negócios, o orçamento foi reduzido em 10%.
Em sua gestão, Castello Branco acelerou o processo de petroleo
venda de ativos da companhia, ampliou o foco em no pré-sal e diz buscar uma empresa com maior retorno ao investidor. O movimento foi reforçado após a pandemia, que derrubou o consumo e as cotações internacionais de petróleo.
No documento distribuído nesta quinta, a empresa diz reafirmar a visão de "ser a melhor empresa de energia na geração de valor para o acionistas, com foco em óleo e gás e com segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente".
Nesse sentido, diz a Petrobras, a redução do endividamento continua sendo prioritária. Em 2020, a empresa conseguiu diminuir sua dívida bruta em US$ 31 bilhões (R$ 165 bilhões) e a meta de atingir US$ 60 bilhões (R$ 320 bilhões) deve ser atingida em 2022, segundo o plano divulgado nesta quinta.
Dividendos
A partir deste momento, a empresa fica liberada para distribuir um volume de dividendos superior ao mínimo previsto em lei, de 25% do lucro líquido. Em outubro, a estatal anunciou que poderá distribuir dividendos mesmo em anos de prejuízo caso a geração de caixa garanta a redução da dívida e os investimentos.
Do total de aportes previstos para os próximos cinco anos, 84% serão destinados à exploração e produção de petróleo, patamar semelhante ao do plano anterior. Projetos localizados no pré-sal vão receber US$ 32 bilhões (R$ 171 bilhões).
A expectativa é instalar 13 plataformas de produção no período. A meta de produção para 2025, de 3,3 milhões de barris de óleo e gás, é 5% inferior à do plano aprovado em 2019. A empresa diz que a queda reflete a venda de ativos de exploração e produção na Bacia de Campos.
Parte do corte de investimentos havia sido antecipado em setembro, quando a empresa anunciou que reduziria seu orçamento para exploração e produção de petróleo em função das novas projeções para as cotações internacionais após a pandemia.
O comunicado divulgado nesta quinta, porém, não identifica para quais projetos serão destinados os investimentos. Os detalhes devem ser apresentados em evento virtual com investidores na semana que vem.
Segundo a companhia, a estratégia para os próximos cinco anos mantêm cinco pilares da estratégia anterior: maximização do retorno sobre o capital empregado, redução do custo de capital, busca incessante por baixos custos e eficiência, meritocracia e respeito às pessoas e ao meio ambiente.
A companhia criou recentemente uma gerência com foco em mudança climática e, no plano de negócio, reforça metas de descarbonização de processos, que envolvem medidas como redução da queima de gás natural em plataformas e ganhos de eficiência em refinarias. A meta é reduzir as emissões absolutas em 25% até 2030