A Petrobras deu mais um passo, na noite dessa sexta-feira (28), para o desmonte da companhia no Ceará. Foi anunciado o início de venda de ativos em sete conjuntos de campos em águas rasas, totalizando 30 concessões. Inclusive a unidade do Polo Ceará Mar, no município de Paracuru, no Litoral Oeste do Ceará.
"Esses poços são considerados maduros, já produziram muito e agora a produção caiu a níveis muito pequenos. Isso exigiria da Petrobras um investimento muito grande para tentar recuperar um volume muito significativo de petróleo. Para ela, não é interessante", avalia Bruno Iughetti, consultor na área de petróleo e gás.
De acordo com ele, como essa opção de investimento para a companhia é inviável, a estatal prefere vender os polos para empresas exploradoras de menor porte. "A ideia é se desfazer de despeças orçamentárias. É uma operação saudável. Esses poços não deixarão de produzir", disse. Iughetti também afirma que os poços do Polo Ceará Mar são pequenos e que produzem cerca de 5 mil barris de óleo por dia. Em relação à estimativa de valores dos poços, o consultor diz que "a Petrobras mantém essa informação 'a sete chaves' até a operação ser realizada". "Só depois disso é que saberemos os valores dos poços", comenta.
Ao todo, estão em processo de venda, quatro campos no Estado - Curimã, Espada, Atum e Xaréu - localizados a cerca de 30 quilômetros da costa. Os campos possuem 66 poços, com 9 plataformas fixas (das quais duas são habitadas).
Outros polos
Além do Polo Ceará Mar, a companhia também colocou à venda unidades que estão localizadas nos estados do Rio Grande do Norte (Rio Grande do Norte Mar), Sergipe (Sergipe Mar), Rio de Janeiro (Pargo, Enchova e Pampo) e São Paulo (Polo Merluza). De acordo com a petroleira, a parcela da companhia na produção média de petróleo e gás natural desses campos, no primeiro semestre de 2017, foi de 73 mil barris de óleo equivalente por dia.
A Petrobras é operadora de todas as concessões, com 100% de participação, exceto nas concessões de Pescada e Arabaiana, onde a companhia é operadora com participação de 65%, em parceria com a Ouro Preto Óleo e Gás, que detém 35%.
Segundo comunicado, a efetiva inclusão das concessões de Pescada e Arabaiana na oportunidade de desinvestimento do Polo Rio Grande do Norte Mar está sujeita ao não exercício de direito de preferência por parte do parceiro.