Reflexo do distanciamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, cerca de 397 mil cearenses ficaram sem remuneração em junho deste ano. O total corresponde a mais da metade (53,3%) das pessoas que estavam afastadas de seus trabalhos e a 13,2% da população ocupada do estado.
Os dados são referentes a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Covid (PNAD Covid) em parceria com o Ministério da Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (19).
De acordo com o IBGE, em junho, o Ceará tinha cerca de 3 milhões de pessoas ocupadas (formal ou informalmente). Dentre elas, cerca de 13,2% não receberam nenhum tipo de renda no mês.
O instituto ressalta que estas estatísticas são classificadas como "experimentais", pois são dados novos que ainda estão "em fase de teste e sob avaliação".
Ocupados
Com a pandemia, 744 mil cearenses (ou 24,7% dos ocupados) precisaram ficar afastados dos seus postos de trabalho, sendo que 640 mil (ou 21,3%) estavam afastadas devido ao distanciamento social.
Dentre os trabalhadores ocupados, a pesquisa revela que 2,3 milhões (75,9%) dos trabalhadores ocupados não estavam afastados de seus serviços. Dos que precisaram se afastar no período, a pesquisa contabiliza que 324 mil (14,3%) estavam atuando de forma remota.
Tempo de trabalho x rendimento
O IBGE ainda destaca que houve um aumento de horas trabalhadas para a maior parte dos cearenses que estavam ocupados e não se afastaram - quase 30% delas, cerca de 643 mil, trabalharam mais horas que as habituais. Por outro lado, para 80 mil trabalhadores (3,5%) que estão ocupados e não afastados, a média de horas trabalhadas diminuiu.
Em relação ao rendimento, para 40,6% da população do Estado houve uma queda na remuneração e para 2,2%, o rendimento foi maior que o normalmente recebido. "O rendimento normalmente recebido de todos os trabalhos no Ceará ficou, em média, R$ 1.681 e o efetivo em R$1.376, ou seja, o efetivo representava 81,8% do habitualmente recebido", informa o IBGE em nota.