Oferta pela TIM não é descartada

Londres. Apesar de usar boa parte do tempo dedicado às perguntas sobre o Brasil para rechaçar a hipótese de consolidação do mercado brasileiro de telecomunicações, o presidente da Telecom Italia, Marco Patuano, preferiu não fechar nenhuma porta para o futuro da TIM Brasil.

Durante a entrevista coletiva após a apresentação do novo plano de negócios, o principal executivo da controladora da TIM Brasil disse que avaliará se receber uma boa oferta pelos ativos no Brasil. Curiosamente, a afirmação foi feita após Patuano listar uma série de razões para a empresa permanecer no País, como população jovem, recursos naturais e grande população, entre outros.

"Isso (as razões para ficar no Brasil) não significa que eu não conversarei se alguém chegar e nos oferecer um valor maior que nós atribuímos à nossa propriedade. Nós discutiremos", disse. Ao deixar a sala da entrevista em um local de eventos no centro de Londres, Patuano foi questionado se a porta para a Oi fora completamente fechada. "Não vou comentar", disse.

Aplicação

A diretoria da Telecom Itália anunciou ontem o plano estratégico para o triênio 2015-2017, divulgando que investirá R$ 14 bilhões na TIM Brasil nesse período. Os recursos terão como foco a ampliação das coberturas 4G e 3G no país, em linha com o crescimento esperado da demanda por tráfego de dados.

Durante o encontro, Rodrigo Abreu, presidente da TIM Brasil, detalhou o projeto de desenvolvimento da rede da operadora no país. A companhia pretende elevar o número de antenas 4G de 3,7 mil em 2014 para mais de 15 mil até o fim de 2017, alcançando 79% da população urbana. Já os sites 3G serão ampliados de 10,4 mil para mais de 14 mil.

Conforme a empresa, o projeto MBB - que proporciona um desempenho diferenciado de navegação para os usuários na banda larga móvel por meio de sites conectados à fibra óptica, evolução da rede de acesso e implementação de novas funcionalidades no core da rede - alcançará 1.137 cidades, que concentram mais de 70% do tráfego de dados da operadora. Além disso, a empresa apostará na ampliação de hotspots Wi-Fi e instalação de small cells.

A TIM Brasil espera ainda manter o crescimento da base de clientes. A área de Soluções Corporativas contará com reforço e a empresa acredita que aumentará em 10 vezes a receita gerada por esse negócio. O produto de ultra banda larga fixa também é prioridade: o investimento triplicará e são esperados 370 mil novos clientes até o fim de 2017, alcançando 500 mil usuários.

Oi investe para expandir sua rede

Rio. Em meio ao forte crescimento do tráfego de dados pelos usuários, a Oi está ampliando os investimentos na expansão da infraestrutura da rede. A tele iniciou a implantação da tecnologia chamada OTN (Optical Transport Network, sistema de transporte óptico), em circuitos de 100 gigabytes (GB), que amplia em até 57 vezes a capacidade de transmissão em seu backbone (espécie de espinha dorsal da rede de telecomunicações), revelou a Oi.

Em meio a essa e outras ações, o volume de investimentos em infraestrutura em geral tem crescido trimestralmente, o que inclui também qualidade e expansão da cobertura 3G e 4G e melhoria de qualidade de acesso a banda larga, entre outros. Do total investido pela Oi no terceiro trimestre, 79,6% foram aplicados em infraestrutura, contra 74,5% no segundo trimestre.

A tele informou que vai se tornar a primeira operadora da América Latina a utilizar os equipamentos OTN em circuitos de 100Gb. Esses circuitos cobrem uma extensão de 30 mil quilômetros de rede e atendem 12 capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre, Santa Catarina, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Recife, Teresina e Brasília. O projeto, feito em parceria com a Alcatel-Lucent, está previsto para ser concluído neste semestre.

Transporte de dados

A Oi informou que, inicialmente, a sua rede terá uma expansão de dez vezes a capacidade de transporte de dados, passando a ser de 4Tbps (terabytes por segundo). Em cada Tbps é transportado um volume de dados que equivale ao envio de mais de 270 mil fotos em alta resolução ou 213 DVDs por segundo. A nova tecnologia permite que essa capacidade seja expandida sempre que necessário, podendo ser ampliada em até 57 vezes em relação aos padrões atuais, chegando aos 23Tbps.