Mesmo durante mais um ano de pandemia, o Complexo do Pecém registrou números positivos de crescimento de movimentação de carga em 2021. Esse cenário foi classificado por Duna Uribe, diretora comercial do Complexo, como uma "ilha de oportunidades", impulsionada por uma sinalização de recuperação econômica global.
Apesar dos pontos positivos e da manutenção das boas expectativas para o próximo ano, 2022 deverá trazer muitos desafios para o desenvolvimento do empreendimento em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Convidada do Diálogo Econômico dessa semana, Duna Uribe comentou sobre o papel do Complexo do Pecém para garantir a chegada dos investimentos em hidrogênio verde, apontando todo o trabalho de estruturação logística necessária para dar suporte aos novos negócios.
Além disso, a diretora comercial destacou que o terminal já está buscando atrair empresas para atuar no segmento de gás natural, que pode ser o próximo passo para o desenvolvimento econômico do porto.
Durante a entrevista, Duna também comentou sobre a importância da parceria com o Porto de Roterdã e que outros mercados internacionais estão na mira do Complexo do Pecém para gerar novas oportunidades de negócios.
Confira a entrevista completa:
MESMO DURANTE A CRISE DA PANDEMIA, O PORTO DO PECÉM VEM APRESENTANDO BONS RESULTADOS E SUPERANDO ÍNDICES DE MOVIMENTAÇÃO. O QUANTO DISSO DEPENDE DO MODELO DE NEGÓCIOS QUEM VEM SENDO APLICADO? VOCÊ ACREDITA QUE ESSE FLUXO DEVE PERMANECER NOS PRÓXIMOS ANOS?
Em 2020, quando tivemos o primeiro lockdown devido à pandemia, o mercado global não estava adaptado ainda a ter as atividades econômicas com a retração e redução da locomoção das pessoas, então tivemos um impacto muito grande onde indústrias fecharam e empresas despacharam um pouco, então tivemos um efeito, um impacto muito elevado durante esse primeiro choque.
Com 2021 ainda sendo um cenário de pandemia, a economia teve uma resiliência muito grande de se adaptar e de conseguir ter níveis de atividades econômicas, e produção industrial, mesmo com algumas restrições marcadas pela pandemia.
Então surfamos nessa onda, ou seja, as demandas foram aumentando, as empresas foram despachando, a indústria da construção civil foi aumentando e a gente, como porto, nós somos um termômetro que mede a economia, ou seja, você pode apreciar visualmente a movimentação de cargas que é um reflexo economia local, regional, global.
Então, tivemos esse êxito em 2021 devido à resiliência da economia de se adaptar mesmo durante a pandemia conseguir continuar a sua produção, e ao aquecimento da demanda.
Tivemos desafios, e alta do dólar é importante porque as exportações brasileiras se tornaram mais econômicas, mas, por outro lado, as importações se tornaram mais caras, então você tem esse desequilíbrio.
Mas tivemos um impacto muito grande que eu não posso não comentar que é a crise da logística global, que ainda estamos vivendo. Nós temos problemas como falta de espaço nos navios, fretes elevadíssimos, falta de equipamento, como contêineres, espaços em armazéns. E isso a gente fala com clientes locais e pessoas, às vezes, pensam que é alguma falha do Porto ou de algum armador, mas não.
Isso está acontecendo globalmente. A gente vê o que está acontecendo na China, que com poucos números de casos em um porto decide se fechar ou interromper uma atividade portuária que teve um impacto na logística global.
Falando um pouco do modelo de negócios do Pecém, nós temos um diferencial por ser um terminal de uso privado então ele não tem algumas amarras que portos públicos têm, tendo mais liberdade de fazer negócios, e também tem uma gestão com um olhar muito empreendedor.
O empreendedor no sentido de querer ter uma boa ambiência de negócio. O investidor quando chega no Pecém, ele não está falando com entidade governamental, ele está falando com uma empresa que é uma sociedade de capital misto, de economia mista, que tem todos os artifícios, todos os instrumentos para viabilizar o negócio dele.
Os investidores têm visto isso, têm se sentido acolhidos e bem-vindos, e têm sentido esse processo claro e transparente de como fazer negócios no complexo do Pecém. Com certeza, isso tem ajudado.
Foram divulgados aí dados de movimentação portuária do Brasil como um todo, e o País movimenta 1,2 bilhão de toneladas e ele teve um crescimento de 4,7% no decorrer de 2021 comparado a 2020, enquanto o Pecém teve crescimento em torno de 40%.
Então é um crescimento muito elevado, muito positivo, e que o desafio é manter esse crescimento para esse ano. Como líder aqui da área comercial é uma grande meta que temos para continuar crescendo.
O CENÁRIO É FAVORÁVEL PARA BATER ESSE RECORDE EM 2022?
O cenário continua favorável. Mas 2022 tem algumas peças importantes que a gente não controla. Temos um ano eleitoral no Brasil, temos um ano em que se projeta pelo Banco Central uma aumento de PIB insignificativo de 0,5%, uma projeção negativa para 2023, então eu me sinto como se nós vivêssemos em uma ilha no Pecém, ou seja, quando a gente olha o Brasil como um todo, ele tem uma conjuntura complicada, economicamente falando, mas quando a gente olha o Ceará e o Pecém, ele se destaca.
Se a gente olhar dados que eu lembro aqui de cabeça, acho que o Brasil cresceu 3,9% no terceiro trimestre de 2021, enquanto o Ceará cresceu mais de 5%, então o Ceará tem se destacado. Eu vejo que por um lado temos um cenário, uma conjuntura nacional complicada, mas o Pecém tem sido uma ilha de atração de negócios e onde muita coisa ainda precisa acontecer.
Quando eu falo com investidores internacionais e eu apresento o complexo do Pecém, eu sempre falo 'olha, vocês podem olhar por dois lados: pelo que falta, por quais são as mazelas, os gargalos, o que não funciona, ou o que não existe, ou olhar para o lado de quantas oportunidades de negócio que têm aqui'.
Esse é o olhar que eu tento dar conversando especialmente com investidor internacional, até porque o investidor nacional já está acostumado a alguns gargalos. Mas o investidor estrangeiro tem outra mentalidade, tem outra referência.
A PARCERIA COM O PORTO DE ROTERDÃ TEM SIDO APONTADA COMO UM DOS GRANDES ACERTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PORTO DO PECÉM. O COMPLEXO ESPERA EXPANDIR RELAÇÕES COMERCIAIS SEMELHANTES COM OUTROS TERMINAIS PELO MUNDO?
Sem dúvida, a parceria com o Porto de Roterdã tem sido fundamental até na divulgação do Pecém globalmente. Ainda somos pouco conhecidos. Quando a gente fala de portos, talvez vem à cabeça das pessoas Roterdã, Houston, Singapura, Shanghai, mas não Pecém, então, a parceria, deu essa visibilidade que é muito positiva e também traz um fator interessante que é o fator confiança.
Se Roterdã é parceiro, então deve ter algo bom lá e eu quero pelo menos entender. Isso não se mede, mas acontece. Sim. Roterdã é parceiro de forma que ele é sócio. Ele tem capital, e detém 30% da empresa, e ele investiu para isso. Nós não temos a estratégia, bom, acho que a estratégia deve ser dos acionistas, mas não existe, na companhia, a estratégia de ter outros sócios e outros portos como sócios.
Porém, o que existe são cooperações. Nós assinamos um termo de cooperação com o Porto de Sohar, que fica no Oriente Médio, que também tem capital no Porto de Roterdã e fica próximo aos Emirados Árabes, então nós vemos que esse mercado é interessante e é pouco explorado.
Queremos ter uma visibilidade maior no Oriente Médio, então fizemos esse termo de cooperação e estamos trabalhando algumas tratativas de negócios de importação e exportação. Temos também a intenção de ter uma proximidade maior com a China, bem como os Estados Unidos.
Na Europa, já a nossa segunda casa, o Porto de Roterdã, então, eventos internacionais, feiras, associações com câmeras internacionais, representações internacionais de comércio, tudo isso está no menu.
COMO O COMPLEXO DO PECÉM ESTÁ SE PREPARANDO PARA O HIDROGÊNIO VERDE?
O hidrogênio verde é sem dúvida uma das nossas principais pautas hoje, e o interessante é que falando da parceria do Porto de Roterdã, tudo se iniciou no Pecém justamente com a parceria de Roterdã, que já estava buscando a sua visão de ser um porto importador de hidrogênio verde, e aí quando eles perceberam o potencial de energias renováveis do Ceará, começamos falar dessas tratativas aqui, para ver se seria algo interessante.
E deslanchou. O governo também tinha suas próprias iniciativas e tratativas, a gente uniu forças e hoje existe o grupo de trabalho formado entre as quatro entidades: o Governo do Estado, Universidade Federal do Ceará e Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará).
Isso tudo para justamente coordenar todos esses esforços no Estado sobre o hidrogênio verde. Os diferenciais são a disponibilidade da energia renovável, amplamente de forma diversificada, eólica com o offshore se desenvolvendo, tendo aí um marco regulatório que vai sair em breve; temos a infraestrutura portuária; temos a ZPE, que mesmo tendo outras em homologação, é a única que está operando; e a conexão com Roterdã.
Eu citaria esses quatro fatores como indicadores de sucesso para realmente estimular a criação dessa produção de hidrogênio verde.
O Estado assina protocolos de intenção e a Cipp executa, então nosso papel é fazer que esses acordos virem contratos para o uso de terrenos em áreas de ZPE e fazer com que o investimento seja tomado.
Nós ajudamos o investidor em potencial para que em todo o estudo de viabilidade dele seja dado um tique de completo e satisfatório. Nós temos uma equipe multidisciplinar no Complexo do Pecém, lidando em todas as variáveis e analisando riscos para poder ajudar a empresa. Então, por exemplo, você precisa de água? Nós fizemos toda a circulação com a empresa Utilitas, que é a gestora de água e de tratamento de afluentes no Complexo do Pecém. Precisamos de energia elétrica? Precisamos ter uma articulação para ter as linhas de transmissão. Precisamos de novos dutos? Vamos procurar investidores para isso. Precisamos de uma solução portuária? Isso a consegue estudar e disponibilizar.
O Porto de Roterdã está nos ajudando com o estudo de consultoria para ver a competitividade do hidrogênio verde a ser produzido no Ceará, no Pecém. Então nós estamos estudando qual vai ser o custo dele dentro do Pecém para dizer para o próprio investidor que a gente fez o estudo e, globalmente, nós estamos competitivos.
Nós somos muito mais do que apenas uma solução de infraestrutura industrial e portuária, somos a rede de network que nós trazemos, bem como a expertise, e aí a gente conta muito com Roterdã.
Esses potenciais investidores precisam vender esse hidrogênio e nós temos ligações através de Roterdã com potenciais compradores, então a gente os conecta. Isso é único, e nenhum outro porto pode dizer isso aqui do Brasil.
Esse mercado é fascinante, mas não é algo de curto prazo, então é importante a gente também não ter expectativas que não sejam factíveis. Mas o primeiro investimento dentro desse hobby já foi sinalizado, da planta piloto da EDP, para uma produção de 1,3 megawatts de eletrolisador. Já foi dada a largada do hidrogênio verde.
COM A CONSOLIDAÇÃO DO HIDROGÊNIO VERDE, O PORTO JÁ ENXERGA UM NOVO SETOR ESPECÍFICO PARA ATRAÇÃO DE NOVOS INVESTIMENTOS?
Bom, em paralelo ao desenvolvimento do hidrogênio verde, nós também estamos trabalhando duro para a atração do gás natural.
Hoje nós temos um terminal de importação de gás natural no Pecém é gerido pela Petrobras, e o contrato termina em 2023, e nós temos diversas empresas interessadas em atuar nesse segmento de gás natural.
Então o gás, além de hidrogênio, é um grande potencial que traz outras possibilidades, ou seja, a disponibilidade de gás natural barateia o custo de energia dentro de um complexo industrial.
Ele pode ser um catalisador para atração de outras indústrias. E sobre o hidrogênio verde, a gente fala muito da exportação, mas se a gente seguir na cadeia de valor, a gente pode pensar em outras aplicações industriais. A gente pode pensar em produção de fertilizantes, combustível sintéticos, só para citar alguns. O gás abre as portas para outras oportunidades.
MUITOS PROJETOS RELACIONADOS À LOGÍSTICA TÊM CAMINHADO E DADOS BOAS PROJEÇÕES PARA O SETOR NOS PRÓXIMOS ANOS, COMO OS MARCOS REGULATÓRIOS DAS FERROVIAS E DA BR DO MAR. NA SUA AVALIAÇÃO, QUAL DEVE SER O IMPACTO DESSES PROJETOS PARA OS MERCADOS BRASILEIRO, CEARENSE E PARA O PORTO DO PECÉM?
O porto é apenas um nódulo na cadeia logística, então o que você diferencia um pouco da competitividade de um porto é a sua conectividade, que existe no modal marítimo bem como por terra, seja ele rodoviário ou ferroviário, ou de dutos.
Quando a gente tem esses dois modais, a ferrovia e a cabotagem, de forma que ambas são promovidas e estimuladas, o porto vai ganhar porque vai existir uma maior movimentação de cargas pela conectividade mais alta.
Nessa frente, nós temos o projeto da Transnordestina, e temos aí uma grande aposta que ela vai sair pelo Pecém e que isso vai dobrar as cargas do Porto. E a cabotagem também deve ter impacto, que talvez seja algo mais imediato porque é uma atuação do Governo Federal.
COMO ESTÃOS OS PLANOS DE EXPANSÃO DO PECÉM?
Qualquer porto que está em crescimento, como qualquer empresa que está crescimento, precisa ter planos de expansão, isso é fato, de forma constante. Esses planos são analisados, revisados, mas isso é constante no planejamento portuário.
E o Pecém, mais ainda que outros portos públicos no Brasil, por ter um parceiro internacional e sendo um TUP, ele é responsável pelos seus próprios investimentos de expansão, então, ele não pode esperar por algum ente federal para fazer uma expansão, para fazer uma dragagem, para dizer que está na hora de expandir.
É nossa qualidade de ser dirigente de ter projetos de expansão portuária. Isso é fato. Agora, eu falei de gás natural, de hidrogênio, temos um esforço de trazer uma refinaria especializada em bunker de baixo teor de enxofre. Tem vários projetos. Tem as eólicas offshore, e são projetos que a gente precisa olhar como que eles podem ser atendidos pelo Pecém. E para isso a gente faz esses projetos de expansão.
TENDO TRABALHADO NO PORTO DE ROTERDÃ, A SENHORA JÁ TEM BASTANTE EXPERIÊNCIA NO SETOR, MAS COMO PERSPECTIVA PESSOAL, EM QUE PATAMAR GOSTARIA DE VER O PORTO PECÉM CHEGAR NOS PRÓXIMOS ANOS?
Uma coisa é o que está no papel das metas oficiais e outra é o que você gostaria de deixar como teu legado. Eu tenho até a satisfação de dizer que algumas das metas já estão até concluídas ou em fase de conclusão.
Por exemplo, pelo aumento da movimentação, a gente já está expandindo o porto na área do pátio e já está em obras, e coloco para o mercado que a gente está acompanhando o crescimento, ou seja, isso aí é devido ao crescimento das cargas que a gente estava falando.
O outro ponto, são os investimentos que vão ser em breve colocados e anunciados em área industrial, e que foi algo também do nosso trabalho. É uma meta, talvez, que ainda não se consolidou é termos uma empresa instalada na área de expansão da ZPE, ou seja, no Setor 2. Estamos em negociação, mas ainda não temos uma construção de uma empresa realmente findada.
Mas uma coisa talvez até mais pessoal e menos visível é a gente empoderar e dar o melhor da gente para a equipe que a gente trabalha. Eu vim e escolhi algumas pessoas para montar equipe e mostrar para aquelas pessoas o que a gente tem hoje e o que a gente pode ter amanhã é um grande desafio porque eu tendo trabalhado em um dos maiores pontos do mundo e agora estou no Pecém, são realidades tão distintas que eu acho que eu precisei também me adaptar.
Alguns falaram que eu precisei me tropicalizar e eu acho que houve isso ou estou em processo. São três anos aqui. Eu me considero cearense, mas vivi 21 anos fora, então me considero um pouco gringa no meu próprio país.
Eu tive que me tropicalizar para entender que tem coisas que precisam ser trabalhadas de forma diferente, ou que se eu tenho uma meta de 10, mas que a gente está no -1, talvez alcançar o 2 também é bom né?
Mas assim, empoderar a equipe, passar para eles um pouco do conhecimento, do que é Roterdã. Alguns puderam visitar e ter uma interação com investidores de forma direta, olhar no olho, fazer negócios. Isso também me traz uma satisfação muito grande.
TEMOS VISTO TAMBÉM NO MUNDO UMA GRANDE DISCUSSÃO PARA QUESTÕES DE DIVERSIDADE NO MUNDO EMPRESARIAL. PENSANDO NISSO, QUAL O PESO DE TER UMA MULHER COMO A SENHORA EM UM IMPORTANTE CARGO DE GESTÃO EM UM DOS MAIORES PORTOS DO NORDESTE? ACREDITA QUE DEVERÍAMOS TER MAIS MULHERES INSERIDAS NESSES NÍVEIS DE GESTÃO?
Com certeza, nós temos 7 bilhões de habitantes no mundo e nós somos meio a meio. Alguns países são 51%, mas somos meio a meio, então, porque a gente não visualiza isso no alto comando político, econômico, acadêmico e corporativo? Eu acho que a minha visão de equidade de gênero nada mais é do que justo.
Uma coisa que eu falo é que o mundo seria um lugar muito mais equilibrado se tivéssemos esses 50%. O equilíbrio traz muito benefício porque são diferentes formas de ver o mundo, de abordar uma situação, apetite de risco.
É muito importante ter esse equilíbrio em uma empresa, então eu sou a favor de ter mais mulheres em posições de comando. Para isso, eu acho que homens e mulheres têm de entender os seus próprios vieses. Eu sou extremamente defensora dessa pauta de equidade de gênero e todos ganham com isso, os homens também.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO PECÉM PARA O FUTURO?
Um grande desafio que estamos tendo é como fazer que todas as oportunidades se materializem, ou seja, como executar todo esse leque de oportunidades.
São vários processos. São obras, processos de licenciamento, são trabalhos com a comunidade, de negociação comercial e jurídico, e com empresas do mais alto escalão. São empresas globais.
Então, o desafio é a execução da melhor forma possível em uma empresa que é jovem, são 20 anos de operação portuária, sendo apenas 3 anos de ter esse chapéu de olhar para a área industrial e a ZPE. O primeiro desafio é olhar para essas oportunidades de formas simultâneas.
O segundo desafio não é nem inerente ao Pecém, mas temos a gestão de vários grupos de interesse. Por exemplo, um projeto que envolve o Porto e a Transnordestina envolve o porto, comunidade, prefeitura, órgãos de controle, de licenciamento ambiental, Governo Federal, a concessionária de energia, enfim, mas às vezes são 20 partes envolvidas, e isso é um desafio e precisa ser olhado de forma profissional.
E o terceiro desafio é a conjuntura política e econômica no Brasil. A gente está em uma ilha vantajosa no Pecém, mas a gente está em um mundo globalizado e sofremos choque do que está acontecendo lá fora. Tudo pode respingar na gente, então precisamos pensar em como estar bem estruturados para sofrer menos esses impactos.