A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 subiu pela 30ª semana consecutiva e passou de 8,96% para 9,17%, conforme o Relatório Focus, cada vez mais distante do teto da meta (5,25%) a ser perseguida neste ano pelo Banco Central (BC). Há um mês, estava em 8,51%.
A estimativa para o índice em 2022 também continuou subindo, de 4,40% para 4,55% - o 15º aumento seguido. Quatro semanas atrás, estava em 4,14%.
Considerando as 135 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o IPCA de 2021 passou de 9,05% para 9,40%. Para 2022, foram feitas 134 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa variando de 4,50% para 4,56%.
A projeção dos economistas para a inflação segue bem acima do teto da meta de 2021, de 5,25%. O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto para cima ou para baixo (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
Teto de gastos
Depois das manobras anunciadas pelo governo no teto de gastos para bancar o aumento do Bolsa Família a R$ 400, diversas instituições majoraram as estimativas para a inflação em 2021 e, principalmente, em 2022, prevendo uma deterioração econômica devido à perda de credibilidade da âncora fiscal.
O relatório Focus trouxe ainda a expectativa para o IPCA em 2023, que seguiu em 3,27%. No caso de 2024, a previsão passou de 3,02% para 3,07%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,25% e 3,00%, respectivamente.
A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).
No comunicado da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 9,5% em 2021, 4,4% em 2022 e 3,1% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 7,75% ao ano.