Brasília. O Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), mostrou uma mudança, para pior, nas projeções para a atividade econômica no País, com recessão maior em 2016 e recuperação mais lenta em 2017. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano indicaram retração de 3,37% ante os 3,31% projetados uma semana atrás e os 3,19% de um mês antes.
Em outubro, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 0,91% em agosto ante julho. O indicador também atingiu o menor nível desde dezembro de 2009, num claro sinal de dificuldades para a retomada da atividade no Brasil. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores do Banco Central confirmaram, ao abordar a questão do crescimento, que "os indicadores de agosto situaram-se abaixo do esperado", mas ponderaram que oscilações tendem a ocorrer em momentos de estabilização da economia.
Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. Ainda assim, o mercado reduziu a perspectiva de crescimento de 1,20% para 1,13% no próximo ano. Há um mês estava em 1,30%.
Inflação
O Relatório de Mercado Focus também trouxe uma leve mudança para a projeção de inflação em 2016. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para este ano passou de 6,88% para 6,84%. Há um mês, a projeção estava em 7,01%. Já o índice para o ano que vem passou de 4,94% para 4,93%. Há quatro semanas apontava 5,04%.
Na última quarta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação em outubro foi de 0,26%, o menor patamar para o mês desde 2000. Ainda assim, houve aceleração ante a taxa de 0,08% de setembro. Em 2016, o IPCA acumula 5,78% e, em 12 meses, a taxa está em 7,81% - ainda distante da meta de inflação perseguida pelo BC, de 4,5% com tolerância de até 2 pontos porcentuais. Para 2017, a meta também é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto porcentual.