Em operação no Brasil desde 2015, a Svitzer - líder mundial em serviços de reboque portuário - viu no Ceará um mercado estratégico e iniciou as operações no Porto do Pecém.
A multinacional está investindo US$ 30 milhões na construção de quatro embarcações, das quais duas irão compor a frota no terminal cearense.
Daniel Reedtz Cohen, diretor executivo da Svitzer Brasil, ressalta que a empresa está otimista com a expansão da operação para o Porto do Pecém e de Suape (PE), cuja estreia ocorreu simultaneamente ao início das atividades no Ceará.
Ele detalha que a escolha dos novos destinos ocorreu a partir da percepção de que diversos clientes atendidos pela Svitzer no Sul e Sudeste também mantém operação no Nordeste, especialmente nos dois portos em questão.
"A gente entrou no mercado brasileiro há seis anos e durante esse período conseguimos construir um negócio sólido e próspero. Então, até há pouco, estivemos operando em cinco portos. Através de conversas com esses clientes, a gente avaliou o próximo passo", afirma Cohen.
Ele argumenta que o ritmo de crescimento da movimentação portuária no Porto do Pecém, tanto de importações quanto de exportações, tem se destacado mesmo durante a pandemia. "Obviamente, houve um impacto, mas o que estamos vendo é que principalmente a exportação continuou forte, e não só no Sul, mas também estamos vendo a importância dos portos do Norte e Nordeste", acrescenta.
Inicialmente, a Svitzer assinou contrato de longo prazo com a Maersk para operação no Porto do Pecém. A companhia também já negocia com a base de clientes já existente novos contratos no terminal, além de prospectar oportunidades inéditas.
Investimentos
Conforme Cohen, a empresa já conta com 14 rebocadores em atividade no País e está investindo US$ 30 milhões na construção de outros quatro, que devem ser entregues no próximo ano. A montagem das embarcações também está sendo realizada em território brasileiro, no estaleiro do Rio Maguari (PA).
Para já iniciar a operação no Porto do Pecém, a empresa deslocou dois rebocadores de portos do Sul. "Então, mesmo com a construção só começando, decidimos por começar a expansão já", pontua.
Apesar do primeiro contrato ser para atender navios de contêineres, os navios da Svitzer atendem a todos os tipos de carga e, de acordo com o diretor, a empresa mira e acompanha oportunidades que possam nascer dos projetos em desenvolvimento no Estado, como o hidrogênio verde.
"Nunca iríamos para um porto novo atender um cliente só. Estamos entrando porque tem um potencial, temos um contrato com a Maersk, mas trabalhamos com muitos outros tipos de carga. Estamos vendo que o cenário do Ceará é interessante"
"Dá pra dizer que sim, já estamos conversando com clientes e o contato vem naturalmente, porque já temos relações com muitos clientes que tem operações em vários portos do País", acrescenta Cohen.
Mão de obra local
As operações no Pecém e em Suape geraram cerca de 30 novas vagas de emprego. Conforme o executivo, a empresa dá prioridade à mão de obra local, alinhando o conhecimento que os profissionais já possuem com o padrão de qualidade desenvolvido pela multinacional ao longo das décadas.
"O nível de conhecimento marítimo aqui no Brasil e Nordeste também é alto. Então, pra nós, facilita muito a operação já termos pessoal bom e chegar a um certo padrão de qualidade é só uma questão de combinar essas duas coisas", afirma.
Entre os treinamentos pelos quais os contratados passam estão o de manutenção dos rebocadores e de sistemas. A Svitzer ainda prioriza fornecedores locais em suas atividades.