Maia sobre CPMF: Eu não vou brigar com Paulo Guedes; não vou entrar nesse debate

Nesta sexta-feira, Paulo Guedes reforçou a possibilidade de criação de uma nova CPMF para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se recusou a comentar as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que ontem reforçou a possibilidade de criação de uma nova CPMF para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas.

"Eu não vou brigar com o ministro Paulo Guedes, não vou entrar nesse debate", disse Maia, em webinar promovido pela XP Macro Sales neste sábado (17). Na noite da última sexta-feira, em live em inglês organizada também pela XP, Guedes disse que "enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda".

Maia reconheceu que as últimas altercações com o ministro da Economia elevaram a insegurança para os agentes econômicos e disse ter prometido que não protagonizaria novos conflitos com Guedes até 1º de fevereiro, quando acaba seu mandato como presidente da Câmara.

Ele também disse ter dado a palavra de que, se o governo encaminhar a proposta de criação da nova CPMF, ela vai tramitar sem impedimentos na Câmara. "Mas o governo tem de encaminhar e, a partir daí, vamos debater", afirmou.

Reforma Tributária
Maia afirmou que corporações ligadas ao Fisco em âmbito federal, estadual e municipal não desejam as mudanças trazidas pela reforma tributária porque "não querem perder poder". Maia também criticou a postura do empresariado brasileiro em relação à reforma.

"Me irrita muito essa paixão dos empresários por reforma administrativa e previdenciária. E quando chega a tributária, eles falam: 'vamos deixar para depois'", criticou.

O presidente da Câmara afirmou ainda que a adoção de um Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) será uma "grande revolução" e abrirá espaço para o encerramento de litígios judiciais e para redução dos custos das empresas. Ele também se disse otimista com a tramitação da reforma tributária. "Há ambiente para aprovar."

Maia ponderou, por outro lado, que a reforma não pode ser aprovada no Congresso sem a participação do ministro da Economia Paulo Guedes. Ele citou ainda o receio entre os prefeitos das capitais de que haja perda de receitas. "Pelo contrário", disse.

O presidente da Câmara também citou preocupação de Guedes em relação aos fundos de desenvolvimento regional, que poderiam retirar receitas do governo federal. "Isso não vai acontecer", disse.