A queda de 0,36% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto foi a deflação mais intensa para o mês desde 1998, quando tinha recuado 0,51%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses do ano, o resultado de agosto de 2022 foi a quarta menor taxa da série histórica iniciada em janeiro de 1980.
No mês de agosto de 2021, o IPCA tinha sido de 0,87%. A deflação de 0,36% de agosto de 2022 foi, no entanto, menos intensa que a de 0,68% de julho, segundo o IBGE.
O declínio também foi menor que a mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, negativa em 0,40%. O intervalo das previsões ia de queda de 0,55% a alta de 0,52%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 4,39%, conforme o IBGE.
A taxa em 12 meses passou de 10,07% em julho para 8,73% em agosto, após rodar no patamar de dois dígitos por 11 meses consecutivos. O resultado foi o mais baixo desde junho de 2021, quando estava em 8,35%. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,5%, que tem teto de tolerância de 5%.
Transportes e combustíveis
De acordo com o IBGE, os gastos das famílias com transportes passaram de uma redução de 4,51% em julho ara um recuo de 3,37% em agosto, gerando um impacto de -0,72 ponto porcentual sobre a taxa de -0,36% registrada pelo IPCA no último mês.
A queda foi puxada pela redução de 10,82% no preço dos combustíveis. A gasolina caiu 11,64%, o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem IPCA, com -0,67 ponto porcentual, enquanto o etanol recuou 8,67%, uma contribuição de -0,07 ponto porcentual. O preço do gás veicular diminuiu 2,12%, e o óleo diesel caiu 3,76%.
O IBGE lembra que o preço da gasolina nas refinarias foi reduzido pela Petrobras em R$ 0,18/litro em 16 de agosto. As passagens aéreas caíram 12,07% em agosto, impacto de -0,08 ponto porcentual no IPCA, após quatro meses de altas. O subitem táxi subiu 0,38%, devido a reajustes em Vitória e Campo Grande.