Ibovespa recua 1,8%; dólar dispara

São Paulo. O rebaixamento do rating da Petrobras pela Moody's, durante a madrugada, atingiu em cheio os papéis da estatal ontem, quando despencaram desde o início da sessão. Essa notícia somou-se aos dados ruins das contas públicas e aos receios com um possível racionamento de energia e água para completar o cenário de baixa para a Bovespa. O índice à vista cedeu 1,79%, aos 46.907,68 pontos. Este é o menor nível desde 19 de março do ano passado.

Na mínima, a bolsa brasileira marcou 46.484 pontos (-2,68%) e, na máxima, 47.759 pontos (-0,01%). Com o resultado, o Ibovespa terminou o primeiro mês de 2015 com perda de 6,20%. Em dezembro, já havia recuado 8,52%. O giro financeiro totalizou R$ 7,992 bilhões. Os papéis da Petrobras estiveram entre os destaques de queda.

Além das notícias ruins para a Petrobras, o Banco Central informou que o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais - com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 12,894 bilhões em dezembro. Foi o pior resultado para o mês desde 2001, quando teve início a série histórica do BC. Em 2014, o déficit público primário foi de 0,63% do PIB.

Na tarde de ontem, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou que o órgão não tem muito mais margem de manobra para garantir o abastecimento de energia em caso de escassez de chuvas. "É um desafio mesmo, porque não tem margem. Só uma medida ou outra. O grande vilão agora é a chuva", afirmou. Neste cenário, os papéis do setor de energia despencaram: Copel PNB (-5,45%), Cemig PN (-3,87%), Cesp PN (-3,84%), CPFL ON (-4,54%), Eletropaulo PN (-7,67%), Eletrobras ON (-2,66%), Eletrobras PNB (-4,66%) e Energias do Brasil (-2,15%). No setor de saneamento, Sabesp ON (-1,41%) e Copasa ON (-0,76%).

Câmbio

A bateria de notícias negativas no Brasil e no exterior fez o dólar disparar ante o real. O avanço global da moeda americana, em meio a dados negativos divulgados na Europa e nos EUA, ajudou o dólar à vista de balcão a encerrar o dia em alta de 2,95%, aos R$ 2,6850.