O preço médio do GNV no Ceará deu um salto de 11,7% em uma semana, passando de R$ 3,726 entre os dias 25 de abril e 1º de maio para R$ 4,162 por metro cúbico na semana passada. Conforme o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), a diferença é de R$ 0,436.
Ao todo, 20 postos de combustíveis em Fortaleza foram consultados no levantamento. O menor preço encontrado foi visto em um estabelecimento no bairro Parangaba, a R$ 3,69 o metro cúbico.
Na ponta oposta, postos dos bairros Henrique Jorge, Vila Velha e Presidente Kennedy chegaram a comercializar o metro cúbico de GNV por R$ 4,39.
O consultor na área de petróleo e gás Bruno Iughetti explica que a forte elevação ocorreu devido a um reajuste de 39% da Petrobras nos preços do combustível na refinaria.
"O GNV sofreu uma alta, a partir de 1º de maio, de 39% na refinaria. Obviamente, que ele (reajuste) representa um reflexo nos preços finais do produto. Isso foi para cobrir a defasagem que existia entre os preços praticados no mercado internacional e a desvalorização cambial", detalha.
Ele ressalta que o reajuste de 39% foi anunciado ainda em abril pela Petrobras e foi realizado de uma vez só, sem fracionamento.
Iughetti ainda pontua que, com o salto, o GNV perde parte da competitividade que possuía frente a outros combustíveis.
Diesel também fica mais caro
Já o preço médio do óleo diesel no Ceará saltou R$ 0,20 em duas semanas. Segundo o monitoramento da ANP, o litro do combustível chegou a R$ 4,52 na semana passada.
Esta é a segunda forte alta seguida no Estado. Na semana entre os dias 18 e 24 de abril, o diesel estava custando, em média, R$ 4,32, valor que passou para R$ 4,42 entre 25 de abril e 1º de maio, alcançando R$ 4,52 entre 2 e 8 de maio.
Ao todo, 23 postos de combustíveis foram consultados no levantamento. O preço mínimo do combustível foi observado em Fortaleza, no bairro São Gerardo, cotado a R$ 4,239. Ainda na Capital, o valor pode chegar a R$ 4,499 no bairro Colônia.
Nos municípios de Caucaia, Maracanaú e Sobral, a máxima do diesel na semana passada alcançou R$ 4,699.
Iughetti pontua que as altas recentes se devem ao fim da desoneração do PIS/Cofins em maio.
Fim da desoneração
Em março, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a suspensão temporária da cobrança dos impostos federais sobre o combustível como tentativa de reduzir o preço para o consumidor final e amenizar a tensão com os caminhoneiros.
Segundo o Governo Federal, eram cobrados cerca de R$ 0,33 de PIS/Cofins por litro do diesel. A medida durou 60 dias e teve a vigência encerrada em 30 de abril.
"Essa alta não tem nada a ver com o preço do petróleo no mercado internacional, mas sim com essa supressão do PIS/Cofins. Não se tem ainda uma posição do governo se a desoneração vai ser renovada, esse ponto permanece uma incógnita. Mas acredito que, com as pressões, volte a ser praticada", afirma Iughetti.