FNE Sol já contratou R$ 3 mi e avalia outros R$ 30 mi

Lançado no último dia 30 de maio, em Fortaleza, o FNE Sol, nova linha de financiamento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) voltada para a micro e minigeração de energia renovável, já contratou 11 operações de crédito, o que corresponde a mais de R$ 3 milhões. A informação foi dada ontem pelo presidente da instituição financeira, Marcos Holanda, em encontro com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, na sede do BNB, no bairro Passaré. Ainda segundo ele, outras 34 operações estão sendo analisadas no momento, somando aproximadamente R$ 30 milhões.

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Segundo o BNB, o Ceará responde por três das 11 operações contratadas junto ao FNE Sol, o que equivale a R$ 471,9 mil. Entre as demandas ainda sob análise, o Estado se faz presente em 14, correspondendo assim a um total de R$ 22,4 milhões.

O encontro de Marcos Holanda com Fernando Coelho Filho teve como principal objetivo apresentar o FNE Sol à equipe do Ministério. A linha de crédito, que atende aos nove estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais e Espírito Santo, foi considerada um "ótimo incentivo" para elevar a participação da energia solar na matriz energética nacional, que hoje não passa de 2%.

"O Brasil, no fim do ano passado, assinou, em Paris, um compromisso de aumentar a participação de fontes renováveis na sua matriz energética, para além das fontes hídricas. O governo está fazendo sua parte através da contratação dos leilões, mas o avanço da energia solar, por exemplo, ainda esbarra nos custos de implantação. Assim, é importante termos uma linha de financiamento que auxilie neste aporte inicial", disse o ministro.

Crescimento de mercado

Coelho Filho afirmou que os recursos liberados pelo FNE Sol devem avançar rapidamente nos próximos meses, "na medida em que a população vai conhecendo o benefício da redução na conta de energia". Para ele, ainda há muito espaço para crescimento da linha, mas, se aumentar muito, será preciso o BNB "fazer a administração de seus recursos, posto que também tem que aplicar em outros projetos".

O ministro disse também que a geração solar deve ficar "naturalmente mais barata" com o tempo, já que, com o Brasil comprando cada vez mais energia deste tipo, a tendência é que os fabricantes se instalem no País. "Isso aconteceu com a eólica, que começou cara e foi se tornando competitiva. A energia solar tem tudo para ganhar espaço. Temos a demanda, a matéria-prima e a necessidade", finalizou.